Novo algoritmo prevê ataques do Daesh

Cientistas adaptam algoritmo químico para monitorar o comportamento extremista on-line e prever ataques do mundo real.

513419
Novo algoritmo prevê ataques do Daesh

Os pesquisadores criaram um algoritmo que eles dizem ser capaz de preve ataques do Daesh no mundo real baseados em dados recolhidos a partir de mídias sociais, anunciaram cientistas na sexta-feira.

Com base na Flórida, os cientistas anunciaram o algoritmo menos de uma semana depois de um ataque em uma boate gay em Orlando, Florida.

O tiroteio, considerado por muitos como o mais mortal na história dos EUA, matou 49 vítimas. Embora o suposto atirador, Omar Mateen, prometeu fidelidade ao Daesh, as agências de aplicação da lei não encontraram qualquer ligação direta entre Mateen e o grupo extremista.

Pesquisadores por trás do algoritmo, trabalhando na Universidade de Miami, esperam ajudar as autoridades a capturar aspirantes a atacantes analisando como extemistas se comportam nas redes de mídia social antes que alguém seja morto.

Enquanto o algoritmo agora monitora grupos em vez de indivíduos, os pesquisadores acreditam que em breve será preciso o suficiente para prever ataques semelhantes ao que aconteceu em Orlando, onde o Daesh inspira um indivíduo por trás da violência, mas não faz contato direto.

A pesquisa foi publicada na sexta-feira na revista Science. A equipe monitorou cerca de 200 grupos online pró-Daesh e descobriram como esses grupos foram capazes de crescer, e inspirar os atacantes, como Mateen, sem história conhecida de extremismo.

"Foi como assistir cristais se formando", explicou o autor do estudo Neil Johnson, em um comunicado. "Fomos capazes de ver como as pessoas foram materializando em torno de certos grupos sociais; elas estavam discutindo e compartilhando informações-tudo em tempo real".

Johnson e a sua equipe adaptou uma equação utilizada em química para prever o desenvolvimento e crescimento das redes pró-Daesh.

Mais importante ainda, o algoritmo detecta os comportamentos e as conexões dessas redes que predizem se o extremismo on-line irá transitar para o mundo real.

"Isso elimina o trabalho de adivinhação", disse Johnson. "Com esse roteiro, a aplicação da lei pode verificar melhor o que está acontecendo, quem está fazendo o quê, enquanto as agências de segurança do Estado podem controlar melhor o que poderia estar em desenvolvimento", acrescentou.



Notícias relacionadas