Bangladesh: cursos de cultura para as mulheres Rohingya refugiadas

Uma organização humanitária turco-alemã ensina a arte da costura às mulheres Rohingya que vivem nos campos de refugiados na cidade de Cox´s Bazar, no Bangladesh.

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Bangladesh: cursos de cultura para as mulheres Rohingya refugiadas

Uma organização humanitária turco-alemã ensina a arte da costura às mulheres Rohingya que vivem nos campos de refugiados na cidade de Cox´s Bazar, no Bangladesh, depois de terem fugido da violância no Myanmar.

A organização turca Avrupa Yetim-Der (organização internacional de ajuda aos orfãos), baseada na Alemanha, começou no início por oferecer cursos de costura, antes de ter doado máquinas de coser a 15 mulheres que concluíram o curso.

Sayma Akhter, uma das mulheres que participou no curso, perdeu o seu marido e fugiu para o Bangladesh com os seus dois filhos. Sayma disse à Agência Anadolu que fez o curso para esquecer o seu sofrimento e que apenas conseguiu sobreviver graças à ajuda que recebeu, depois de ter perdido o seu marido: “sobrevivi à perseguição com os meus dois filhos e tive de fugir”.

Sayma Akhter disse também que “fiz trabalhos de costura para poder cuidar dos meus orfãos. Que Deus bendiga os turcos, que nos deram uma tal oportunidade”.

Por seu turno, Huseyin Ates, um representante da Avrupa Yetim-Der, disse que o curso foi criado para ajudar as mulheres que perderam os seus maridos e que se viram obrigadas a cuidar sozinhas dos seus filhos.

Segundo a Amnistia Internacional, mais de 750 mil muçulmanos Rohingya – na sua maioria mulheres e crianças – fugiram da violência e da perseguição no Myanmar, refugiando-se no Bangladesh.

O governo do Myanmar considera os muçulmanos Rohingya oriundos do Bangladesh como “migrantes clandestinos”, enquanto que as Nações Unidas consideram estas pessoas como sendo “a minoria mais perseguida do mundo”.

Os crimes cometidos pelo exército do Myanmar e pelas milícias extremistas budistas, que atacam a minoria muçulmana em Arakan, fizeram milhares de mortos entre os Rohingya – de acordo com fontes locais e internacionais coincidentes.

As Nações Unidas classificaram a campanha contra os Rohingya do Myanmar como “limpeza étnica”.



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