Estudo adverte que o aquecimento global pode ser muito pior do que se pensa
O aquecimento global pode tornar o planeta muito mais quente do que o atualmente projetado porque os modelos científicos de hoje não contam corretamente com a influência das nuvens, disseram os pesquisadores nesta semana.
O estudo da revista Science foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Yale e do Laboratório Nacional Lawrence Livermore.
Quando os cientistas do clima analisam o quanto a temperatura da superfície do planeta pode aquecer em resposta a duplicação do dióxido de carbono - um subproduto da queima de combustíveis fósseis - eles normalmente prevêem um aumento entre 2,1 a 4,7 graus Celsius.
No entanto, esses modelos subestimam a capacidade das nuvens de refletir a luz solar e combater o aquecimento da atmosfera da Terra, disseram pesquisadores.
"Nós descobrimos que a sensibilidade climática aumentou de 4 graus Celsius no modelo padrão para 5 a 5,3 graus Celsius em versões que foram modificadas para trazer valores líquidos e gelo mais próximos das observações", disse o principal autor da pesquisa Ivy Tan, pesquisador na Universidade de Yale.
O problema é que a maioria dos modelos supõem que há mais gelo nas nuvens do que realmente há.
Os pesquisadores disseram que suas descobertas corroboram com estudos anteriores que sugeriram que as nuvens podem fazer piorar o aquecimento, ao invés de diminui-lo.
"As nuvens não parecem querer nos fazer nenhum favor quando se trata de limitar o aquecimento global", disse Mark Zelinka, co-autor da pesquisa.
O estudo foi financiado pela NASA e pelo Departamento de Energia e Ciência.
