“Macron só vela pelos seus próprios interesses sem fazer caso da justiça e da história”

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia criticou a decisão do presidente francês, de declarar o dia 24 de abril como o “Dia de Comemoração” do alegado genocídio arménio.

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“Macron só vela pelos seus próprios interesses sem fazer caso da justiça e da história”

Hami Aksoy, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia criticou a decisão do presidente francês, Emmanuel Macron, de declarar o dia 24 de abril como o “Dia de Comemoração” do alegado genocídio arménio.

“Para nós não há qualquer lição a tirar dos políticos arrogantes que não conhecem os dados básicos da história de França, um país que conhecemos pelas atrocidades que cometeu na Anatólia, usando os arménios durante a Guerra de Salvação. A França foi responsável por massacres na Argélia e tem responsabilidades no genocídio no Ruanda” – afirmou Aksoy.

Na resposta que deu a uma pergunta sobre o tema, Aksoy disse que os eventos de 1 915 são um tema de discussão legítimo pela sua dimensão jurídica, histórica e académica. O porta voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que em várias ocasiões este tema foi explicado aos responsáveis franceses de vários níveis. Mas apesar disso, vê-se que o presidente francês tenta cumprir com as promessas que fez aos eleitores arménios, na esperança de receber os seus votos e sem considerar as decisões do Tribunal Constitucional de França e do Tribunal dos Direitos Humanos da Europa, bem como os dados históricos”.

Aksoy disse também que “é muito lamentável que um político ignorante acerca da história otomana não faça caso da justiça francesa e europeia, e que adote uma postura unilateral velando apenas pelos seus próprios interesses numa questão histórica tão sensível para os turcos”.

Mais de 500 mil muçulmanos foram massacrados pelos rebeldes arménios, durante o período de decadência do Império Otomano. Segundo Aksoy, esta questão requere uma abordagem objetiva para ser entendida em todas as suas dimensões. O porta voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia recordou também que continua válida a proposta da Turquia para a criação de uma Comissão Histórica Conjunta, já que é dada muita importância ao esclarecimento deste período doloroso da história.



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