Turquia oferece condolências ao Brasil devido ao colapso da barragem

O colapso da barragem no estado de Minas Gerais deixa até o momento 14 mortos e 296 desaparecidos

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Turquia oferece condolências ao Brasil devido ao colapso da barragem

A Turquia ofereceu suas condolências ao Brasil neste sábado pelo colapso de uma represa no sul do país, no estado de Minas Gerais, que até agora deixou 14 mortos e cerca de 296 desaparecidos.

"Estamos tristes em ver que várias pessoas perderam suas vidas e que muitas continuam desaparecidas após o colapso da represa em Brumadinho, no Brasil", disse o Ministério das Relações Exteriores da Turquia em um comunicado.

Centenas de pessoas permanecem desaparecidas depois que a represa em uma mina de minério de ferro no estado de Minas Gerais entrou em colapso na sexta-feira, informou a mídia local.

A Vale SA, a empresa brasileira que possui a barragem e uma das maiores mineradoras do mundo, informou em um comunicado que os resíduos da mineração da barragem chegaram a vários bairros e que o trabalho de desalojamento está sendo realizado nas famílias residentes.

Por enquanto confirmam mais de 296 desaparecidos por tragédia na barragem do Brasil

Três anos depois do que é considerado o maior desastre de mineração do mundo - a ruptura de uma barragem da Samarco na cidade de Mariana, que matou 19 pessoas - a tragédia retorna ao estado brasileiro de Minas Gerais.

Já são 14 vítimas fatais da ruptura nesta sexta-feira da barragem de Feijão, da empresa brasileira Vale, na cidade de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Equipes de resgate relatam que pelo menos 296 pessoas ainda estão desaparecidas.

Outros 176 foram resgatados e 23 deles são internados em hospitais da região.

15 toneladas de resíduos de mineração enterraram a região, criando uma onda de lama que pode atingir o rio São Francisco, o segundo maior e mais importante do Brasil, ao atravessar quatro estados.

O rio é de grande importância socioambiental, mas danos ambientais só serão confirmados após alguns dias.

"A prioridade agora é encontrar os desaparecidos e resgatar as vítimas", disse o presidente Jair Bolsonaro, que sobrevoou a região afetada no sábado de manhã.

"Do ponto de vista das perdas humanas, essa tragédia certamente será mais séria do que a de Mariana", disse Fabio Schvartsman, presidente da Vale, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

Havia cerca de 400 pessoas trabalhando na represa no momento do acidente. Era hora do almoço e parte dos funcionários estava na sala de jantar da empresa. "O restaurante e um prédio administrativo foram totalmente enterrados", reconheceu Schvartsman.

Para muitos especialistas em mineração e ambientalistas, é uma tragédia anunciada. A barragem de Mina Feijão, que havia sido desativada desde 2015, tinha a mesma estrutura de Mariana: um modelo que mistura os resíduos com o solo e a água, o que diminui o custo de construção, mas aumenta o risco de vazamentos, eles podem causar rupturas.

Embora o Ministério do Meio Ambiente de Minas Gerais tenha informado que a barragem cumpriu a legislação ambiental e estava "devidamente licenciada", o risco de acidente foi mencionado em reunião realizada em dezembro passado entre a empresa e os membros do governo para ampliar as atividades do projeto do Complexo de mineração da Vale na região.

"No Brasil existem cerca de 230 represas como esta que representam risco socioambiental. É uma bomba-relógio ", diz Malu Ribeiro, coordenador da associação ambiental S.O.S. Mata Atlântica, uma das que acompanharam as investigações após o desastre de Mariana.

As 50 toneladas de resíduos tóxico mataram 11 toneladas de peixe nessa ocasião. "Apesar de ainda não podermos dizer com total segurança, imaginamos que em Brumadinho também haverá sequelas permanentes da fauna e flora da região.

O resíduo é o mesmo tipo de Mariana, cuja descontaminação é muito complicada ", acrescenta.

Três anos após a primeira tragédia, a água do rio Doce, a principal afetada, ainda não tem condições de uso. "A solução não é necessariamente proibir a mineração, mas mudar a legislação para proibir esse tipo de barragens e investir no controle. Caso contrário, veremos essa tragédia repetida ano após ano ", conclui o especialista.

Por sua vez, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) decidiu neste sábado multar a empresa Vale - uma das maiores mineradoras do mundo - em 250 milhões de reais (US $ 66.307), valor máximo permitido para crimes ambientais.

(Agência Anadolu)



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