“Não podemos resolver o problema colocando mais muros nas nossas fronteiras”

O primeiro ministro turco Binali Yildirim disse que o problema da Síria não tem origem na Turquia, mas que é a Turquia a pagar o preço.

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“Não podemos resolver o problema colocando mais muros nas nossas fronteiras”

Yildirim está em Espanha em visita oficial e discursou no “Fórum da Nova Economia”, organizado na capital espanhola, Madrid.

Falando sobre a questão da Síria, o primeiro ministro turco disse que: “não podemos resolver o problema colocando mais muros nas entradas e saídas das nossas fronteiras. O problema da Síria não tem origem na Turquia, mas somos nós quem tem de viver com as consequências e é a Turquia a pagar o preço”.

Yildirim disse ainda que a Turquia acolhe desde há 8 anos 3,5 milhões de sírios e imigrantes, e acrescentou que “gastámos 30 mil milhões de dólares do nosso orçamento e fizemo-lo com gosto. Porque nós somos um país que segue a filosofia de quando se dá vida a uma pessoa, dá-se vida ao mundo”.

Binali Yildirim referiu que existem no mundo 65 milhões de pessoas sem pátria, e que na ONU há 194 países: “os 20 maiores países são países de imigrantes. Não podemos tapar os ouvidos a estes problemas”.

Falando depois sobre a crise de imigração no Mediterrâneo, o primeiro ministro turco disse que “queremos que o Mediterrâneo não seja um mar onde centenas de crianças e pessoas perdem a vida. Queremos que seja um mar de paz, bem estar e amizade. Nesta questão, a Espanha e a Turquia têm grandes responsabilidades”.

Falando depois sobre a adesão da Turquia à Uinião Europeia, Yildirim disse que a Turquia está determinada: “Há países na União Europeia com uma economia e infraestruturas piores que na Turquia, porque há uma abordagem ideológica contra a Turquia. É precisa honestidade. Continuamos determinados, não seremos nós a abandonar este processo. O desenvolvimento das nossas relações com a Rússia não é uma alternativa à Europa. As relações entre a Turquia e a Rússia são necessárias para a segurança da Europa. A Europa não pode isolar a Rússia. A região da Eurásia deve estar no centro das atenções”.

Yildirim concluiu dizendo que exceto a Espanha, alguns amigos europeus apoiam as organizações terroristas PKK e a Organização Terrorista Gulenista (FETO), e que isto entristece a Turquia: “entristecer um grande aliado como a Turquia não faz sentido para o futuro da UE. A abertura às correntes radicais é uma grande ameaça para o futuro da Europa”.



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