Binali Yildirim: “Um grupo terrorista não pode destruir o outro”

Usar um grupo terrorista para destruir outro é indigno de estados sérios, afirmou o primeiro ministro turco na sexta-feira ao criticar uma decisão dos EUA de fornecer armas para o PKK / PYD a fim de derrotarem o Daesh na Síria.

A Turquia considera o PYD e sua ala armada, o YPG, a ramificação síria do PKK, uma organização terrorista proibida nos EUA, na Turquia e na UE.

"O YPG / PYD são o que o PKK é para a Turquia, uma organização terrorista. Uma organização terrorista não pode ser destruída por outra organização terrorista ", disse o primeiro-ministro Binali Yildirim aos repórteres em sua breve reunião na quinta-feira com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, em Londres, na conferência sobre a Somália.

Esse apoio "não é uma ação adequada aos Estados sérios", disse ele. "Temos afirmado nossa preocupação sobre isso para a América por um longo tempo. Eles também não estão satisfeitos com a situação atual. Eles nos disseram que havia um requisito. Não estamos de acordo sobre isso."

Yildirim disse que funcionários dos EUA disseram à Turquia que podem ampliar a cooperação para combater o PKK, como o compartilhamento de informações e o monitoramento de recursos financeiros.

Falando ao Financial Times, Yildirim disse que a questão das armas para o PKK / PYD seria abordada em detalhes durante a visita do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a Washington na próxima semana.

"Esperamos que a nova administração norte-americana não repita os erros da velha administração sobre a questão da FETO e a luta contra o Daesh na Síria", disse Yildirim.

O primeiro-ministro também disse separadamente à BBC que as mensagens da Turquia serão claras durante a visita de Erdogan a Washington.

"Não vamos declarar guerra aos Estados Unidos, este não é o caso.

"Dissemos que somos aliados na OTAN desde o início, por isso somos parceiros estratégicos. Para lutar contra o terror na região, você só pode fazer isso com a Turquia, não com uma organização terrorista ", disse ele.

"Nós enfrentamos uma tentativa de golpe muito séria pela organização FETO. O chefe dessa organização terrorista está morando nos Estados Unidos. Como somos parceiros e países amigáveis, ele deverá ser deportado assim que os procedimentos legais estejam completos.

A Turquia pressionou os EUA a extraditar Fetullah Gulen, líder da organização terrorista Fetullah (culpado por um golpe derrotado em julho passado que martirizou 249 pessoas e deixou outros 2.200 feridos).