Erdogan: Nenhuma diferença entre FETÖ, PKK e DAESH

Presidente diz que apesar dos nomes diferentes, estes grupos terroristas têm a mesma finalidade.

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Erdogan: Nenhuma diferença entre FETÖ, PKK e DAESH

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan disse na quinta-feira que "não há diferença" entre o PKK, DAESH, e a organização terrorista Fetullah (FETÖ), o grupo responsabilizado pela tentativa de golpe em 15 de julho.

"Não há diferença entre o PKK, DAESH e FETÖ. Todos eles têm a mesma finalidade", disse Erdogan em um discurso a uma delegação de ONGs islâmicas no Palácio Presidencial.

Erdogan disse que, apesar dos nomes diferentes dos grupos terroristas, eles compartilham os mesmos motivos.

Falando poucas horas depois de três ataques mortais do PKK no leste e sudeste da Turquia, ele acrescentou que a FETÖ estava "atrás" destes ataques, em termos de "compartilhamento de inteligência e incentivo".

"O último ataque [na província de Elazig] revela explicitamente que o objetivo era pura e simplesmente para derramar sangue, para causar luto, e perturbar a paz social", disse Erdogan.

Ele chamou os últimos ataques de "retaliação" por semanas de manifestações para "vigiar a democracia", que atraiu centenas de milhares de pessoas que querem mostrar a sua oposição a frustada tentativa de golpe de 15 de julho.

"Desde 15 de julho, 182 terroristas foram neutralizados em operações tanto em casa como no exterior", disse Erdogan. Ele também disse que a Turquia "nunca" irá desistir de sua luta contra o PKK, mesmo enquanto continua a trabalhar contra a FETÖ.

Erdogan criticou os países ocidentais, dizendo: "Vamos manter essa luta em qualquer lugar. O mundo ocidental não fez e não vai entender essa luta. Estamos cientes disso. Eles não se comportam com honestidade. Nós também estamos cientes disso...."

Ele também criticou as alegações de que a Turquia tem ajudado o DAESH. "O Daesh não é um representante do Islã. O DAESH é uma organização terrorista que lança uma sombra, uma nuvem escura sobre o Islã. Nós nunca poderiamos tomar partido com DAESH", disse Erdogan.

O presidente acrescentou que aqueles que fazem tais alegações estão, na verdade, ajudando o DAESH.

Erdogan disse que a FETÖ deve ser "cortada pela raiz", acrescentando: "As medidas mais cedo foram tomadas contra a FETÖ, mas [suas atividades] podem ser reduzidas."

O presidente também pediu a extradição de Fetullah Gulen dos Estados Unidos, o líder da FETÖ, dizendo: "Agora estamos exigindo um terrorista de vocês ... Deixe-nos julgar Gulen"

Ancara acusa Gulen de planejar a tentativa de golpe e enviou aos EUA dois pedidos oficiais para a sua extradição.

O governo da Turquia declarou que a tentativa de golpe de 15 de julho, que deixou 240 pessoas martirizadas e cerca de 2.200 feridas, foi organizada por seguidores de Gulen, que vive em exílio auto-imposto no estado da Pensilvânia nos EUA desde 1999.

Gulen é acusado de liderar uma longa campanha para derrubar o Estado, através da infiltração em instituições turcas, formando o que é comumente conhecido como o estado paralelo.



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