Presidente Erdogan falou à TRT sobre a noite da intentona golpista do 15 de julho

O governante Recep Tayyip Erdogan falou sobre a noite da vil tentativa da FETO / PDY de 15 de julho, e dos acontecimentos que se seguiram.

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Presidente Erdogan falou à TRT sobre a noite da intentona golpista do 15 de julho

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan afirmou que começou a tornar-se visível a colaboração da Organização Terrorista Gulenista / Estrutura do Estado Paralelo (FETO / PDY) com as organizações terroristas como os separatistas do PKK, o PYD - a ramificação na Síria do PKK – e o DAESH.

O governante Recep Tayyip Erdogan falou sobre a noite da vil tentativa da FETO / PDY de 15 de julho, e dos acontecimentos que se seguiram.

Erdogan disse que recebeu a notícia do golpe de estado pelo seu cunhado, fez um apelo ao povo para que “saísse às ruas” através das cadeias de televisão, e que este apelo fez fracassar a intentona em pouco tempo. O presidente turco que depois aterrou em Istambul, num voo arriscado por causa das ameaças dos F-16 dos golpistas.

Erdogan disse ainda que a sua esposa, a sua filha e o seu genro Berat Albayrak (o ministro da Energia e dos Recursos Naturais), estiveram sempre a seu lado durante este processo e que atuaram sempre com firmeza, sendo apenas por vezes necessário acalmar os seus netos menores de idade.

O presidente turco assegurou que a rede organizativa da Organização Terrorista Gulenista se tornou muito extensa desde 2 010, e que esta organização não reconhecia o direito à vida de ninguém, para além de si mesma. O presidente turco acrescentou também que quando recebeu a notícia da tentativa de golpe de estado no dia 15 de julho, não duvidou de que o responsável pela situação fosse esta organização.

Erdogan indicou que atualmente começou uma purga para eliminar estes elementos das Forças Armadas da Turquia e de outras instituições, e que não se atuará ilegalmente. Mas também nenhuma destas pessoas será tolerada, pois atraiçoaram os mártires e os veteranos.

O presidente turco disse que está a ser estudada a união das unidades de recolha de informações debaixo de um mesmo teto, e que o governo irá em breve avaliar o tema.

O presidente Erdogan comparou ainda a FETO às células cancerígenas.

“Para dizer que passou o perigo, há que erradicar completamente estas células cancerígenas” – indicou o presidente.

Durante a entrevista à TRT, o presidente escutou em lágrimas as mensagens dos cidadãos, as famílias que protegeram as praças na noite de 15 de julho e que tombaram mártires ao arriscar as suas vidas. Recordou ainda que até agora, ninguém dos países ocidentais veio até à Turquia para ver o que está a acontecer.

“Não poderão dirigir, nem dividir, nem fragmentar este país. Não poderão deter a vontade nacional” – deixou claro o presidente turco – que disse também que o Ocidente não quer que a Turquia se fortaleça nem que atinja a autossuficiência. Destacou que reagiu severamente ao facto dos seus interlocutores, a quem telefonou, dizerem que relativamente a este processo têm preocupações em relação às prisões e às suspensões, mas não dizerem nada sobre os 239 mártires do 15 de julho.

Erdogan anunciou que continuará o caminho com passos seguros até ao ano de 2 023 (o ano do centenário da República). E sublinhou que não há nenhum problema económico, nem na área financeira ou nos mercados.

Recordou que se começaram a fechar os colégios desta organização em 170 países, e avisou de que “Se não tomarem medidas, vão causar problemas a si próprios”.

O presidente turco disse também que serão mantidas conversações com os Estados Unidos nos próximos dias, no sentido de obter a extradição do líder da FETO para a Turquia. Acrescentou que até ao momento, sempre que os Estados Unidos pediram à Turquia a extradição de qualquer terrorista, se fez tudo o que era necessário sem pedir provas, e que exige ao governo de Washington que não arraste este processo.

Erdogan referiu-se também à possibilidade de fuga do cabecilha: “Isso é um problema dos Estados Unidos. Como é que se pode explicar uma situação dessas?” – deixou a pergunta.

O presidente turco disse que seria incorreto associar a FETO com todos os problemas sofridos pela Turquia no passado: “não vamos sobrestimar assim tanto este charlatão, não tem uma capacidade assim tão grande”.

Erdogan indicou que convidou o líder da FETO para vir para a Turquia nos últimos anos, mas que ele (o líder da FETO) não quis, porque considerava que o seu caráter lendário seria maior por estar isolado nos Estados Unidos, e que estava preocupado em ser desmascarado se regressasse à Turquia.

“A mente superior, que não o enviou naquela altura, continua a usa-lo contra o nosso país” – afirmou Erdogan.

Nas suas declarações à televisão TRT, o presidente referiu-se também à sua visita oficial à Rússia, que terá lugar no próximo dia 9 de agosto. Sublinhou que esta visita contribuirá para superar o período negativo que se viveu desde a crise do avião, no passado dia 24 de novembro. Além disso, destacou que a crise síria será um dos assuntos mais importantes da sua reunião com o líder russo, Vladimir Putin.



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