“A decisão da Alemanha não é nada racional”

O vice primeiro ministro turco Numan Kurtulmus, indicou que foram pedidas explicações ao encarregado de negócios alemão em Ancara, acerca do impedimento imposto sobre o presidente Recep Tayyip Erdogan, que foi impedido de participar via videoconferência na manifestação realizada em Colónia.

“Enquanto continuam desde há anos os casos de NSU, o Tribunal Constitucional da Alemanha decide num só dia que o nosso presidente não pode participar numa manifestação via videoconferência” – afirmou Kurtulmus.

Depois da reunião do Conselho de Ministros, Kurtulmus falou à imprensa sobre este assunto. O vice primeiro ministro recordou que os líderes de todo o mundo se dirigem às respetivas diásporas sempre que visitam os países onde estão os seus compatriotas, ou que se dirigem a eles via videoconferência. Kurtulmus recordou também que Erdogan já antes tinha usado este método.

Perante a proibição imposta pelo Tribunal Constitucional, que impediu a sua participação na manifestação de ontem, Kurtulmus disse o seguinte: “Se é assim, porque é o que o permitiram noutras ocasiões?”.

O ministro salientou que se trata de uma situação clara de duplo critério, e afirmou não entender como podem impedir a participação numa manifestação democrática, cuja autorização foi obtida democraticamente por parte dos responsáveis alemães. Kurtulmus disse que os governantes alemães não perdem uma oportunidade para falar sobre os direitos humanos e sobre a democracia na Turquia e países semelhantes.

“Esta decisão não é nada racional” – acrescentou o ministro.

O vice primeiro ministro disse ainda que foi chamado para consultas o encarregado de negócios, porque o Embaixador Martin Erdmann está fora da cidade, da Embaixada da Alemanha em Ancara, e por isso não está disponível para dar explicações sobre o tema.

Kurtulmus sublinhou que este assunto é alvo de atenção especial nas relações turco-alemãs.