“A crise dos refugiados não é arma de negociação para a Turquia”

O primeiro ministro turco Ahmet Davutoglu, assegurou que a Turquia tem como objetivo ajudar os refugiados numa perspetiva humana, e expressou a sua esperança na concretização de um acordo com a União Europeia (UE).

Davutoglu deu explicações aos jornalistas no Conselho Europeu em Bruxelas – a capital belga. O primeiro ministro turco viajou até à Bélgica para participar na cimeira de chefes de estado e de governo da UE e da Turquia.

Davutoglu destacou o facto desta ser a terceira cimeira nos últimos 4 meses.

“O nosso objetivo é muito claro. Queremos ajudar os refugiados com uma perspetiva humana. Queremos também fortalecer as relações entre a Turquia e a UE, aprofundando e estabelecendo fundamentos sólidos. Trabalhamos para um objetivo comum. Espero que cheguemos a uma plataforma comum, no âmbito dos objetivos fundamentais. Tenho esperança neste tema” – indicou Davutoglu.

O primeiro ministro turco recordou que a Turquia alberga 2,7 milhões de sírios, sem receber nenhuma ajuda significativa.

“A política continuará esta sua política” – garantiu Davutoglu, que disse ainda que vão continuar esta sexta-feira os contatos com os líderes europeus.

“Estou certo de que vamos atingir o objetivo de aprofundar os laços entre a Turquia e a UE, ao mesmo tempo que vamos conseguir ajudar todos os refugiados. Esta será uma boa notícia, tanto para o nosso continente como para a humanidade” – acrescentou Davutoglu.

“Não aceitaremos as propostas que transformem a Turquia numa prisão migratória ao ar livre” – avisou o primeiro ministro turco.

Davutoglu revelou que a proposta apresentada pela Turquia tem uma dinâmica interna: “Esta proposta tem uma dinâmica interna. Nunca tentámos fazer nada tirando proveito do problema dos refugiados. Todos podem testemunhar que tratamos os refugiados de forma humana”.

O primeiro ministro turco sublinhou também que para desenvolver as relações entre a Turquia e a UE, será necessário dar alguns passos neste sentido. Davutoglu deu como exemplo a antecipação da isenção de vistos para turcos já para o mês de junho, a concessão de um fundo adicional de 3 mil milhões de euros ao longo dos próximos 3 anos (para serem gastos com os imigrantes) e a abertura de novos capítulos no processo de adesão da Turquia à União Europeia.