Julgamento de acusados pela morte de estudante turca é suspeso
Réus culpam um ao outro pela morte da estudante Ozgecan Aslan.
Um tribunal turco adiou o caso do assassinato de uma jovem turca, cujo brutal assassinato na província de Mersin, no sul da Turquia, em fevereiro passado abalou o país e provocou um debate nacional sobre a violência contra as mulheres.
A estudante Ozgecan Aslan de 21 anos foi morta enquanto aparentemente tentava resistir a uma agressão sexual em um microônibus em 13 de fevereiro. Seu corpo carbonizado foi encontrado dois dias depois de ter sido dada como desaparecida.
O tribunal em Mersin decidiu na sexta-feira que os três réus no caso do assassinato devem permaner na prisão até a próxima audiência, agendada para 9 de setembro.
Durante o primeiro dia de deliberações sobre o caso, os suspeitos culparam um ao outro pela morte da jovem estudante. Para evitar qualquer incidente desagradável, os réus foram levados para o local do julgamento no meio da noite.
Ahmet Suphi Altindoken, 26, que é o principal suspeito no caso, disse que seu amigo Fatih Gokce disse a ele para não só matar Aslan, mas também cortar as mãos e queimar seu corpo.
Altindoken também alegou que a jovem o insultou e depois o atacou, o que se transformou em uma luta no microônibus que ele estava dirigindo.
"Eu disse a ela para deixar o veículo, mas ela não saiu. Então eu fui para a parte de trás do veículo. Ela me atacou. Eu revidei." alegou Altindoken.
Em resposta, Gokce culpou Altindoken pelo assassinato e acusou ele e seu pai, Necmettin Altindoken, de queimarem o corpo de Aslan.
Necmettin Altindoken implorou que ele não era relevante para o processo, dizendo que não sabia nada sobre a morte da menina.
Os pais de Aslan não estavam presentes durante a audiência. Em vez disso, seu tio representou a família.
Um promotor pediu penas de prisão perpétua agravadas para o trio, por aquilo que ele descreveu como o "assassinato sem piedade de Aslan".
Os réus começaram a apresentar os seus argumentos depois de o tribunal ler as acusações.
Cerca de 1.000 advogados solicitaram a participação no julgamento, mas apenas 100 foram capazes de entrar no tribunal devido ao espaço limitado.
Fora do tribunal, várias organizações de mulheres protestaram sobre o assassinato de Aslan.