Primeiro-ministro turco reage aos comentários do Papa

A mensagem do Papa em que chama aos acontecimentos de 1915 “genocídio” “é infeliz e incorreta”, diz o primeiro-ministro.

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Primeiro-ministro turco reage aos comentários do Papa

Davutoğlu falou aos jornalistas, em Istambul, antes do evento de comemoração do nascimento do profeta Maomé, afirmando que os comentários do Papa são “infelizes, incorretos e inconsistentes”.

Davutoğlu disse que os comentários não se basearam apenas em ter a perspetiva errada da história mas também em “dar credibilidade ao crescente racismo na Europa”, assim como acusar os turcos e muçulmanos de um crime coletivo.

“É improprio para o Papa e sua autoridade, ler os acontecimento de 1915 de forma unilateral e assim cobrir as dores de outros considerando as dores de apenas uma parte da humanidade”, disse Davutoğlu.

Acrescentou que sem fatores externos, “os dolorosos eventos de 1915, provavelmente, nunca teriam acontecido.

“Quando o sofrimento, especialmente aquele experimentado em tempo de guerra, é partilhado e considerado comum às partes, surge um ambiente de paz”, disse Davutoğlu.

O primeiro-ministro turco disse que o principal dever dos líderes religiosos não é criar novos ambientes de conflito e ódio a partir de debates históricos, mas convidar os povos a fazer a paz e a viver em comunhão.

Davutoglu lembrou as declarações do presidente Erdogan a partir de 2014, em que ele diz estarem de "coração aberto" para o sofrimento arménio. O primeiro-ministro, lembrando a postura de Ancara para Yerevan, fez uma chamada para abrir uma nova era nas relações entre os dois países.

“Vamos abrir os arquivos”, disse Davutoğlu, em relação aos acontecimentos de 1915, em referência à posição de longa data da Turquia de criar uma equipa internacional de historiadores para investigar este assunto.

Davutoğlu afirmou estar esperançado que o pontífice “irá reconsiderar a sua posição”.

O Papa fez estes comentários durante uma missa com rituais católicos arménios, na basílica de S. Pedro, na qual participou o presidente arménio, Serzh Sargsyan.

Os arménios estão a preparar as comemorações do 100º aniversário dos acontecimentos de 1915 que terá lugar a 24 de abril.


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