Presidente Erdoğan fala à TRT sobre o Sistema presidencial turco

O presidente turco Recep Tayyip Erdoğan disse na quinta-feira que a Turquia podia ter chegado mais longe, se já tivesse um sistema presidencial há mais tempo.

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Presidente Erdoğan fala à TRT sobre o Sistema presidencial turco

A TRT emitiu um programa especial na quinta-feira à noite, numa grande entrevista ao Presidente Erdoğan no novo palácio presidencial de Ancara.

“Creio que com um sistema presidencial, vamos ter mais avanços na questão dos direitos e liberdades”, afirmou Erdoğan.

A Turquuia é governada num sistema parlamentar há décadas. O país tem discutido a possibilidade de introduzir um sistema presidencial há bastante tempo, e o presidente Erdoğan quer avançar com essa mudança, sem no entanto ter que seguir o modelo americano.

Erdoğan propôs que o presidente usasse os seus poderes definidos na constituição, e que o atual primeiro ministro agisse como vice-presidente.

A discussão acerca do sistema presidencial tem-se tornado mais acesa à medida que o país se aproxima das eleições legislativas de Junho de 2015.

Erdoğan afirmou que depois das eleições de Junho, a prioridade política deve ser a introdução de uma nova constituição, pois sem essa mudança não será possível implementar o sistema presidencialista que defende.

A constituição atual foi redigida dois anos após o golpe militar de 1980, e desde então tem sido alvo de várias emendas.

Erdoğan foi o primeiro presidente a ser eleito por voto popular, pois até aqui o titular do cargo era eleito pelo parlamento. Antes de ser presidente, Erdoğan foi primeiro-ministro durante 11 anos.

O presidente turco também falou acerca do “estado paralelo”, uma alegada estrutura de funcionários de topo do estado, incluindo a polícia e os tribunais, que alegadamente trabalha de forma organizada para minar o governo turco.

Erdoğan disse que a alegada organização levou a cabo “operações ilegais sob a capa da legalidade”.

“Os EUA deviam fazer a parte que lhes compete e extraditar para a Turquia o clérigo Fethullah Gullen como parte da luta ao ‘estado paralelo’” – afirmou Erdoğan.

O presidente turco falou também sobre o “processo de solução”, lançado em 2013 para resolver o conflito entre a Turquia e o ilegalizado PKK – Partido dos Trabalhadores do Curdistão.

“Não achei que aqueles que se dizem representantes do povo curdo fossem suficientemente sinceros”, atirou Erdoğan, relativamente aos que na sua opinião “não querem uma solução”.

AA


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