A Cimeira de Davos

A Economia Política, um programa escrito pelo Prof. Dr. Erdal Tanas Karagol.

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A Cimeira de Davos

A Cimeira de Davos começou no dia 23 de janeiro, como parte da 48ª Reunião do Fórum Económico Mundial. O encontro terminou no dia 26 de janeiro, e contou com a participação das principais figuras da economia global. Esta cimeira juntou em Davos os chefes de estado e de governo de quase 70 países, bem como altos responsáveis de todo o mundo. O vice-primeiro ministro turco responsável pela área da economia, Mehmet Simsek, o ministro da Economia Nihat Zeybekçi e o governador do Banco Central da Turquia, Murat Çetinkaya, representaram a Turquia nesta cimeira.

A Cimeira de Davos foi o palco de várias reuniões sobre um vasto leque de temas, nomeadamente a economia global, a política, a segurança internacional e as questões ambientais. Sessões como “Encontrar um Novo Equilíbrio no Médio Oriente”, “Os novos líderes para a Europa”, a “Reunião Informal de Líderes Económicos Mundiais: Definir uma Visão partilhada para a União Europeia” e ainda “Um Novo Paradigma de Crescimento para as Economias Emergentes”, foram apenas algumas das reuniões que tiveram lugar em Davos.

A Cimeira de Davos teve lugar este ano sob o lema “Criar um Futuro Partilhado num Mundo Fraturado”. O principal tema da agenda em 2 018, foi a procura por atores globais para a cooperação internacional na luta contra os problemas comuns. Estas reuniões e consultas já tiveram lugar muitas vezes até agora, e cobriram um amplo leque de temas e de problemas. Em resumo, qual foi o alcance do impacto destas reuniões sobre os equilíbrios económicos globais?

A Cimeira de Davos já acontece há muito tempo, e apesar de conceptualmente se focar em problemas internacionais, podemos dizer que a sua capacidade para produzir soluções se revela limitada ou seja até inadequada. Isto porque sempre que o tema são os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, as soluções apresentadas pelas instituições e atores internacionais – que na verdade são controlados pelos países economicamente poderosos – estão muito longe de serem construtivas.

Tal como aconteceu em relação às soluções dos problemas políticos e de segurança internacional, que são recorrentes no sistema global atual, é muito difícil pintar um quadro positivo sobre esta cimeira que reúne a maior parte das economias do mundo.

Parece que os países pobres ainda estão a lutar contra a pobreza e contra a fome – tal como acontece há muitos anos – e que os países desenvolvidos e as instituições económicas internacionais não foram capazes de produzir políticas eficazes, para aumentar os níveis de prosperidade nesses países.

Por outro lado, depois do começo da guerra na Síria, os refugiados que lutam para sobreviver em todas as partes do mundo, tornaram-se num problema global e os países ricos ainda não tomaram passos concretos em relação a este assunto. Veremos se nesta cimeira será possível que surja um raio de esperança. Até que ponto é que os países ricos irão ajudar os refugiados e as pessoas que precisam de ajuda, por viveram em pobreza extrema por todo o mundo? Será que os países ricos vão antes optar por alimentar ainda mais o seu poder e autoridade, concentrando-se antes no aumento da sua riqueza?

Na realidade, uma das questões mais importantes que tem que ser abordada em relação a todos estes problemas, é a falta de equidade de rendimentos em todo o mundo. Recentemente, um relatório publicado pela organização caritativa britânica OXFAM, focou-se nos reflexos chocantes acerca da distribuição do rendimento, e mais uma vez revelou a extensão da questão. De acordo com este relatório, 82% da riqueza mundial é detida por apenas 1% da população. Por isso, os holofotes estão apontados para as pessoas ricas, quando colocamos a questão sobre quem deve primeiro assumir a responsabilidade no combate contra a desigualdade.

Neste contexto, o presidente Erdogan, deixou bem claro durante “O Seu Minuto”, numa intervenção inflamada em 2 009 na Cimeira de Davos perante os atores mais poderosos do sistema global, que a atual ordem e equilíbrio do mundo não podem ser definidas de acordo com as decisões e pedidos destes países. Deve ser salientado que este slogan ainda continua a ter um impacto motivador e mobilizador para os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.



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