Um novo começo após o referendo

A vitória do sim augura uma nova era para a Turquia. Muitos referendos foram até agora realizados na Turquia, mas o último referendo de 16 de abril tem um significado diferente dos outros. Com este referendo, o sistema de governo será  mudado e transformado. O pesado sistema parlamentar que de alguma forma sobreviveu até aos nossos dias, deixará de ser um problema para a Turquia.

Este é um novo começo, em que a Turquia pode fazer mudanças extraordinárias e transformações, e escrever mais uma página de sucesso. Digo que se trata de um começo, pois a revisão constitucional agora aprovada irá reduzir a complexidade da autoridade entre os poderes executivo, legislativo e judicial, ao mesmo tempo que prepara o caminho para a mudança e a transformação, nas estruturas e funções das instituições e organizações existentes. Mas mais importante que tudo, é que a partir de agora, este país deixará de ser gerido com base em velhos conceitos, e através de práticas políticas convencionais e das políticas do costume, que não são funcionais.

O impacto na economia do país da vitória do “sim” no referendo, caracteriza-se pela introdução de um sistema que remove obstáculos no caminho do desenvolvimento económico. Por isso, a decisão saída do referendo irá abrir caminho para o desenvolvimento, o crescimento e a riqueza.

Existe a necessidade de um novo sistema para que seja alcançado um rápido desenvolvimento, que leve a Turquia a subir a escada até fazer parte da lista de países com altos rendimentos, da situação atual em que se encontra enquanto país de rendimentos médios.

A Turquia precisa de mudanças radicais para poder coroar os seus feitos económicos dos últimos 15 anos, para que se possa juntar ao grupo das nações ricas e tornar-se um exemplo para outros países na sua região, aumentando o seu peso na economia global.

Estas mudanças poderão libertar a economia turca das constantes manipulações das instituições financeiras internacionais e das agências de notação de crédito.

Livre das manipulações externas, a incerteza sobre a economia será também reduzida, o que permitirá fortalecer a posição da Turquia enquanto país estável e adequado aos investimentos.

Durante muito anos, a fragmentação no sistema de governo do país impediu a coordenação entre as instituições económicas, e esta situação eliminou virtualmente a possibilidade de implementar políticas comuns. Em resultado disto, a economia turca deparou-se com várias crises económicas e as autoridades tiveram de assinar acordos de contigência com o FMI. Incapaz de pagar estas dívidas, a Turquia também assinou 15 acordos de reestruturação da dívida.

Para impedir que estes problemas voltem a acontecer, é crucial levar a cabo uma reforma nas instituições económicas e garantir a sua coordenação, bem como criar um plano de trabalho comum para as discussões sobre a política a seguir.

Com estas reformas, a Turquia irá garantir um fluxo sustentável de investimentos que tornarão o país num centro não apenas na área da economia, mas também nos setores da energia, finanças e também ao nível dos transportes.

Será possível continuar a reduzir a pobreza, através da distribuição da riqueza gerada ao longo dos últimos 15 anos, e aumentar o estado social para as famílias de médios rendimentos através da alocação da riqueza no período que se segue.

A força crescente e a influência da classe média, é de importância crítica para a estabilidade política. Irá permitir aos grupos de baixos e médios rendimentos no país, que tenham mais influência sobre a política.

Tornou-se claro que a gestão da economia e do país com as ferramentas e políticas do passado, já não era viável. Com a vitória do “sim” no referendo de 16 de abril, esta nação deu um voto de confiança no sentido da mudança em direção ao sistema presidencialista.de governo, tal como proposto no referendo, e que abre a porta a uma oportunidade histórica para a Turquia.

Este é o momento da Turquia tomar iniciativas sem demora, por forma a aproveitar esta oportunidade, crescer e preparar-se para o futuro.