A nova Turquia e os objetivos para os próximos anos

O presidente Recep Tayyip Erodgan renunciou aos antigos paradigmas, e declarou a todo o mundo o que é a “Nova Turquia”.

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A nova Turquia e os objetivos para os próximos anos

Depois das pedras não terem caído no seu lugar em linha com a ordem mundial projetada depois da I Guerra Mundial, tivemos a II Guerra Mundial. No final deste segundo conflito à escala global, o primeiro ministro do Reino Unido daquela época, Winston Churchill, manteve reuniões em Yalta com o presidente americano Roosvelt e com o presidente da União Soviética, Stalin. No final destas reuniões, foi desenhada uma “nova ordem mundial”. A ordem mundial saída da II Guerra Mundial terminou com a implementação da Glasnost e da Perestroika, anunciadas por Gorbatchov - o presidente da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (que corresponde à atual Federação Russa),no ano de 1 991.

E assim se destruiu o “Bloco de Leste”. Foi anulado o Pacto de Varsóvia e caiu em muitos países o regime socialista. Com esta situação, o clube do Ocidente liderado pelos Estados Unidos, passou a ser o único chefe do mundo. Com o colapso da União Soviética, foi também destruído o equilíbrio do mundo. Em vez das guerras por procuração feitas através de terceiros, temos agora as atividades terroristas, que dão origem a lutas internas e a ocupações de facto, que dão origem a micro estados. Mas estes micro estados, foram criados com base em questões problemáticas de ordem jurídica, geográfica e social.

Com base na teoria da “guerra preventiva” defendida pelos Estados Unidos, foram ocupadas de facto a Somália, o Afeganistão e o Iraque. A Somália, que era constituída por uma família única composta por 5 irmãos, passou a estar dividida entre Hergeyse, Putland, Somali Land, Mogadíscio e uma zona indefinida.

O Afeganistão dividiu-se em zonas como Tajik, Hazara e o Turquistão. O Iraque está agora dividido em 4, com os xiitas no sul, os sunitas no centro do país, os curdos a norte e com uma quarta zona problemática. Em todos estes lugares foi totalmente posta em prática a “Teoria da Guerra Preventiva” dos Estados Unidos, com sangue, lágrimas, tortura e morte, sobretudo no mundo islâmico.

Devido a esta teoria, e a partir de 1 991, foram mortos 5 milhões de muçulmanos no mundo islâmico. 15 milhões de pessoas ficaram feridas e existem agora quase 7 milhões de refugiados. As migrações de civis já atingem números na ordem das dezenas de milhões.

Na Síria, quando se lê este artigo, ainda se matam civis, incluindo crianças, mulheres e velhos.

Em resumo, a “Teoria da Guerra Preventiva” tornou-se num projeto de destruição do mundo islâmico. Até agora não saiu nem uma decisão do Conselho de Segurança da ONU que proteste ou se oponha a esta situação.

A Palestina, foi para o exército israelita uma zona de teste de novas armas e de manobras militares. Num ambiente destes, o Estado da República da Turquia, com Recep Tayyip Erdogan, renunciou aos antigos paradigmas e anunciou a todo o mundo o que é a “Nova Turquia”. Erdogan introduziu melhorias democráticas que vão mais além dos valores dos direitos humanos do Ocidente. Para além dos direitos humanos que vão muito para além do que acontece em muitos países europeus em termos de liberdade de expressão e de pensamento, Erdogan introduziu também a perfeita colocação das regras de economia de mercado, realizou investimentos no valor de centenas de milhares de milhões de dólares – quase transformando a totalidade do país num imenso estaleiro de construção – e fez com que a Turquia passasse a ser um país atrativo em todos os domínios. 

Acima de tudo, foram realizados em apenas alguns anos, muitos mais investimentos que ao longo de toda a história da República, ao nível dos transportes por terra, ar e mar. Os investimentos humanitários e económicos colocaram a Turquia de Erdogan nas posições cimeiras da lista de países desenvolvidos, cuja democracia e economia já estão desenvolvidas.

A Turquia, cuja região envolvente se transformou numa espiral de sangue e fogo, tem um líder que se revoltou contra a ordem mundial estabelecida, declarando ao mundo o slogan “O Mundo é Maior que 5”. Este postulado firme, fez com que todos os povos do mundo virassem o seu olhar e dessem destaque à política de Erdogan.

A Turquia de Erdogan revoltou-se contra a nova ordem mundial estabelecida com base no sangue e nas lágrimas, e com base neste slogan foram definidos objetivos para 2 023, 2 050 e 2071. Apesar destes projetos parecerem ser apenas para a Turquia, na realidade pode-se dizer tranquilamente que estes projetos têm primeiro como alvo a Turquia, e depois os seus países vizinhos.

Por exemplo, todos os investimentos contemplam aberturas para o que se faz em África, no contexto do princípio de “ganho-ganho e da igualdade em iguais condições”, que era típico dos impérios seljúcida e otomano, ao contrário do que se passa com a mentalidade habitual do “homem branco colonialista”.

O objetivo de 2 023 definido pela Turquia, está a ser posto em prática há 7 anos. Este projeto prevê que a Turquia se torne mais próspera e que vá partilhar essa prosperidade com os seus vizinhos, em paz e em bem estar.

Assim se pode definir o futuro considerado e projetado para a Turquia sob a liderança de Erdogan, o presidente da República da Turquia, até 2 071: Construir um mundo onde os mais fortes não sejam cruéis contra os mais fracos. E ser o ator e o garante mais importante para a paz no mundo. É claro que não se pode falar de um projeto imperial, nem fazer tudo isto sozinho. Porque o objetivo da Turquia, forte ou fraca, é ser o garante, o parceiro e a responsável por todos os parceiros.

A primeira prova disto mesmo foi dada com a operação levada a cabo na Síria. A partir de 2 013, sobretudo os Estados Unidos mas também outros países, estão a bombardear a Síria para vencer a organização terrorista DAESH. Estão a ser mortas mulheres, crianças e civis sírios em nome da paz. Apesar das centenas de milhares de civis mortos, a Síria é arrastada todos os dias para uma espiral ainda mais desesperada.

Apesar de tudo isto, logo na primeira semana da entrada no conflito do exército da Turquia, foi garantida a chegada do bem estar às zonas libertadas. Os habitantes destas regiões que antes tinham emigrado, puderam voltar às suas casas, e as suas cidades voltaram a funcionar. Foram abertas as escolas para dar educação. Estão também a ser reorganizados os centros para a prática da religião, e para que os municípios possam prestar serviços públicos.

A Turquia garantiu este êxito com alguns tanques e com umas centenas de soldados. Enquanto o exército turco e os soldados foram organizadores e diretores desta manobra militar, nesta operação participaram também milhares de sírios parceiros desta operação.

Os opositores sírios que levaram a cabo esta operação contra o DAESH em colaboração com a Turquia, começam agora a retomar novamente a vida e o bem estar nas terras de que se apoderaram.

Esta iniciativa, que é uma operação militar muito pequena para a Turquia, na realidade é a prova de quão rápido se alargam os objetivos e a visão da Nova Turquia, e se dá nova vida às pessoas.



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