“O mundo é maior que 5”

O discurso do presidente Erdogan é uma rebelião contra a ordem vigente no mundo, que só favorece os mais fortes com injustiça.

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“O mundo é maior que 5”

Nos últimos dias, durante a Cimeira dos Refugiados da ONU, o discurso do presidente Recep Tayyip Erdogan representou um marco tanto para a ONU como para a humanidade. Dizer esta frase logo no começo pode parecer muito pretensioso, mas quando analisamos cuidadosamente o discurso do presidente Erdogan, vemos que representa uma rebelião contra a ordem vigente no mundo, que só favorece os mais fortes com injustiça. Ao mesmo tempo, Erdogan disse também que é preciso reorganizar a ONU e que é preciso acabar com a injustiça que é levada a cabo na própria organização.

O presidente Erdogan, assinalou anteriormente nas instalações da ONU que “o mundo é maior que 5”, fazendo com que deixasse de haver preguiça acerca do mundo. Depois desta frase histórica, em muitos países do mundo começou-se a questionar a legitimidade e a consideração da justiça da ONU. E estas questões não se ficaram apenas ao nível dos políticos. Os intelectuais, jornalistas e autores sobre este tema deram as suas opiniões, e apoiaram a tese de que “o mundo é maior que 5”. O presidente Erdogan, enquanto líder muito distinto, convocou o Conselho Geral da ONU. Falou na sede da ONU como um líder que ganhou o apoio do público, de uma forma nunca antes vista por nenhum outro líder mundial, depois da intentona golpista Gulenista do dia 15 de julho. Por este motivo, os chefes de estado e de governo no Conselho Geral, escutaram com toda a atenção o presidente Erdogan, e aplaudiram com grande entusiasmo sobretudo as insuficiências da ONU e a sua estrutura injusta.

Segundo a minha opinião, o conceito mais recente e importante do discurso feito por Erdogan, o líder turco, perante o Conselho Geral da ONU, foi o de Organização Terrorista de Nova Geração. O presidente da República da Turquia, enquanto chamou a atenção para a força e para o perigo em 170 países no mundo, assinalou que esta organização terrorista é muito diferente das organizações clássicas. E enquanto se organiza e luta, engana as sociedades usando os valores globais da humanidade.

Tendo sido um correspondente de guerra e de terrorismo ao longo de 27 anos, tive a oportunidade de observar de perto organizações terroristas como a Al Qaeda, o PKK, o DAESH, bem como os terroristas sérvios e os Tigres de Libertação de Eelam Tamil. Quando analisamos os métodos de atividade e trabalho das organizações terroristas, as atividades de organização, de propaganda de armas e atividades terroristas de todos eles, são semelhantes em todos os grupos.

Por exemplo, para um terrorista sérvio não é minimamente importante que haja civis, idosos mulheres e crianças no local do ato terrorista. Vivemos esta triste experiência na Guerra da Bósnia. Os terroristas sérvios tomaram como alvo sobretudo as mulheres e crianças nas suas atividades bombistas.

O mesmo método é também usado por organizações terroristas que usam a religião, como o DAESH e o Boko Haram. A colocação de bombas nos locais onde estão instalados mercados, como no caso da Al Qaeda na Praça de Vardak em Cabul, ou o rebentamento de uma mesquita pelo DAESH na Síria e no Iraque enquanto as pessoas praticavam a religião, são exatamente os mesmos métodos. O objetivo é fazer soprar o terrorismo e prolongar o ato de aterrorizar. Em resumo, todas as organizações terroristas compostas por assassinos (Hashashi) – que podem ser chamadas de organizações terroristas em sentido moderno – adotam a luta armada como o seu método de ação.

Na realidade, a organização terrorista FETO, à qual o presidente da República da Turquia chamou “Organização Terrorista de Nova Geração”, utiliza métodos muito diferentes. O método de propaganda desta organização, está na forma de usar os valores sagrados das pessoas, bem como os valores morais e espirituais das sociedades. Em todas as sociedades mundiais, desde as religiões pagãs até aos humanos e nas sociedades deístas, os valores parecem inocentes e é dado um respeito especial às pessoas que aceitam estes valores como objetivos.

É muito diferente o método de Fethullah Gulen - o inventor do Terrorismo de Nova Geração – diagnosticado com esquizofrenia. Ele recebeu tratamento em clínicas de psiquiatria no final da década de 1 960, e ainda tem o Cartão Verde nos Estados Unidos. Gulen, o líder da FETO, tenta dirigir a sua organização a partir dos Estados Unidos, infiltrando-se no estado, na burocracia e no capital. E o total dos argumentos laborais são legais e métodos civis. Por exemplo, ele participa nas missas das igrejas. Organiza as festas dos muçulmanos. Ou trabalha como um missionário ou como monge na bacia de paz, e diz que deseja um mundo moderno com diálogo entre as religiões e culturas. Os seus métodos são totalmente inocentes e sorridentes.

Mas é muito estranho que ninguém, a começar pelos militantes desta organização perguntem: “Apesar de serem uma organização que tem como objetivo alcançar os valores morais e espirituais, porque é que os seus membros tentam constantemente infiltrar-se nas instituições, em particular no exército, na justiça, na segurança, nos serviços secretos e na diplomacia, tentando controlar estas áreas?

A FETO prefere ser um movimento de elites, em vez de se alargar pelas massas. E desta forma causa prejuízos comuns a toda a humanidade. Porque quando alcança a força que tinha como objetivo alcançar, mobiliza todos os seus militantes que colocou na justiça, na polícia, nos serviços secretos e no exército, e leva a cabo uma sangrenta intentona golpista.

A organização terrorista FETO, na sua operação de tomada de posse do estado que já dura há anos – e sobretudo desde que alcançou a maioria numérica na burocracia de segurança – usando as armas terrestres, navais e aéreas, tenta controlar a soberania do estado. Vivemos o primeiro exemplo disto mesmo de uma forma muito triste na Turquia. A Organização Terrorista FETO bombardeou os cidadãos civis turcos, o parlamento e o Complexo da Presidência com aviões, helicópteros, tanques e veículos blindados, e tentou tomar conta do estado.

O povo turco protegeu a vontade nacional. Se não tivesse sido travada esta intentona golpista, hoje em dia muitos países ver-se-iam a braços com outras tentativas de golpe de estado. Os turcos, com esta postura nobre e valente, salvaram parcialmente a democracia do mundo da ameaça do grande terrorista nos Estados Unidos, Fethullah Gulen - a receber tratamento para a esquizofrenia. Mas se os líderes mundiais deixarem os turcos sozinhos na luta contra a FETO, sem dúvida deixarão os seus próprios países abertos para atentados armados desta organização.



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