Todos os dias confrontamos a nova cara do terrorismo

A Turquia, antes lutava contra o terrorismo apenas com as forças de segurança.

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Todos os dias confrontamos a nova cara do terrorismo

(Transcrição do programa de rádio)

Olá caros ouvintes da Rádio TRT Voz da Turquia, sejam bem-vindos a mais uma edição do programa “A Nova Visão da Turquia”.

A questão do terrorismo ganha cada vez mais uma dimensão diferente. Todas as iniciativas sobre a solução desta questão através da política civil, foram suprimidas por parte da organização. Terminou a tolerância mostrada pelo estado e pela opinião pública da Turquia, para pôr fim ao terrorismo de alguns movimentos políticos vinculados à organização terrorista. Terminou o crédito concedido.

Quando se viu que não era possível obter resultados através da medidas de segurança, o governo recorreu aos métodos democráticos. Este caminho também se esgotou. Seria na realidade de uma enorme vantagem, se fosse possível resolver os problemas através da política civil. Mas talvez a organização terrorista não tivesse querido que tivéssemos essa vantagem.

Hoje em dia, existem dois temas que tornam esta situação mais complicada. Uma, é a supressão por parte da organização terrorista, do método de solução mais lógico. O segundo, é a consciência de que é uma total ficção a relação de causalidade obrigatória entre o PKK e a questão curda.

Esta é a ficção básica existente, que associamos ao assunto nas mentes de cada um de nós: Vivem-se problemas étnicos devido à ideologia oficial seguida pelo estado, e estes problemas estão na base do recurso à violência.

Quando terminarem estes problemas, também vai terminar a violência do PKK. Mas apesar de terem terminado estes problemas, não acabou o terrorismo do PKK. Isto porque o PKK; na realidade não foi criado para encontrar uma solução para a questão curda, mas sim para impedir uma solução.

Eles transformaram-se num peão neste assunto. Hoje em dia, o ator real que sabotou o processo de democratização da Turquia, é o partido que serve de ramificação política da organização. Antes, esta questão estava condenada à intransigência. Mas agora, é o terrorismo que se alimenta do funcionamento do mecanismo democrático. Além disso, realiza o assassinato da democrácia, colocando as máscaras da “democracia e paz”.

Já a seguir, apresentamos a opinião sobre este assunto do Prof. Dr. Mazhar Bagli, do Dep. De Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Yildirim Beyazid.

A opinião pública da Turquia, descobriu a habilidade para a solução do problema da política civil, com a chegada ao poder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento. As pessoas adotaram fortemente a escolha da decisão do problema através da democracia e da política. E fizeram-no, com a experiência de que isto assegura um conforto muito importante.

O exemplo típico disto, pode ser visto no campo da religião e da consciência, sobretudo na libertação do luto. A opinião pública da Turquia, partido da experiência de solução alcançada na questão do véu islâmico – que está associada à existência do regime – é muito mais importante que a questão da etnicidade, um dos assuntos mais complicados ao nível político. E por isso se pensou que também se poderia solucionar por esta via a questão curda.

Mas na realidade, enquanto se votava no Partido Democrático dos Povos / PKK, para que fosse encontrada uma solução para a questão curda, havia por detrás outra cena a decorrer. O povo estava a ser arrastado para uma posição de intransigência.

Isto porque a organização terrorista PKK, tem por trás alguns objetivos que não podem ser abertamente declarados à nação. Acima de tudo, é neste momento abertamente claro que a organização tem uma agenda secreta, que quer ocultar ao povo da região. Na realidade, e perante a pergunta: “O que quer o PKK?”, será que temos uma resposta que possa ser dada em nome do curdismo? O motivo real de não sabermos a resposta, é o facto da posição adotada pelo PKK em relação à questão curda ser ambígua, pois o PKK é ao mesmo tempo um peão contra os curdos e contra a sua pátria, que é a Turquia.

Penso que não temos informação suficiente acerca deste assunto, sobre os objetivos, e através de que mãos está a ser usado. Mas há uma realidade que sabemos: o PKK mantém um estratégia que assegura a continuação da questão curda, para evitar perder a sua razão de existir.

Esta é uma nova situação/informação, e por isto se abriu uma frente de luta contra o PKK em dois campos: em primeiro lugar, saldar contas com aqueles que o usam como peão. E por outro, lutar no campo político e intelectual.

A Turquia, antes lutava contra o terrorismo apenas com as forças de segurança. Mas com a chegada ao poder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (Partido AK), passou a lutar também através da democratização. Na nova Turquia, há que lutar também com as opiniões e com a inteligência. É preciso uma equipa dê luta também ao nível da opinião.

Esta foi a opinião acerca deste assunto do Prof. Dr. Mazhar Bagli, do Dep. de Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Yildirim Beyazid.

Esperamos que tenha gostado de estar na nossa companhia, e contamos consigo na próxima edição do programa “A Nova Visão da Turquia”, da Rádio TRT Voz da Turquia. Até à próxima.



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