A Mão Amiga da Turquia – sofrimento humano em Bayir Bujak

A Turquia estende a sua mão de ajuda aos turcomenos que se viram obrigados a deixar a sua pátria.

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A Mão Amiga da Turquia – sofrimento humano em Bayir Bujak
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(Transcrição do programa de rádio)

Olá caros ouvintes da Rádio TRT Voz da Turquia, sejam bem-vindos a mais uma edição do programa A Mão Amiga da Turquia.

A história dos turcomenos na Síria, remonta a tempos muito antigos. Os primeiros assentamentos dos turcomenos naquela região, datam dos séculos X e XI. Um povo que ali vive há mil anos, é agora forçado a emigrar. Os que se recusam a abandonar a sua terra, são assassinados com mísseis e canhões.

Os turcomenos ajudaram os sírios na formação do seu país. Quando começaram as cruzadas em 1 096, uma grande parte do exército sob o comando de Saladino Ayyub protegeu aquilo que corresponde à Síria dos nossos dias das invasões dos cruzados. As suas incursões foram repelidas.

Os povos que vivem na Síria têm diferentes línguas, seitas e religiões, e foram integrados no império otomano. Durante 400 anos, todos estes povos viveram em conjunto e em paz.

Existem várias estimativas relativamente ao número de turcomenos na Síria. Segundo alguns estudos, serão cerca de 1 milhão e meio de pessoas que falam turco como primeira língua. Este número sobe para 3 milhões e meio de pessoas, se considerarmos as pessoas de origem turcomena, mas que entretanto deixaram de usar o turco como idioma. É quase impossível fazer uma distinção entre os turcos e falantes de turco da Síria, pois ambos descendem da mesma cultura original e das tribos de turcos da Anatólia. Todos têm as mesmas tradições e as mesmas experiências.

Os turcomenos, que se estabeleceram há mil anos no território que consideram ser a sua pátria, são agora confrontados com uma nova guerra destrutiva. E o motivo não é nada persuasivo. Tal como disse o vice-primeiro ministro turco Yalçin Akdogan, “têm um chaveiro como o DAESH que abre todas as portas".

As forças do regime sírio, as tropas russas, os soldados iranianos e as milícias do Hezbollah, estão a agir de forma concertada e a lançar ataques contra a pátria turcomena. Usam como pretexto a luta contra o DAESH. No entanto, e tal como asseguram os turcomenos e o governo turco, nos locais onde vivem os turcomenos não existe nem sequer um único militante do DAESH.

As forças atacantes não baseiam a sua tese em nenhum testemunho concreto e afirmam que “que apenas lutam contra o DAESH". Os que acabam por ser afetados por esta situação são as crianças, sobre as quais são lançadas bombas. As mulheres são também forçadas a emigrar carregando os seus filhos nos braços, e os idosos que mal podem andar são também obrigados a fugir.

A Turquia estende a sua mão de ajuda sem hesitar, também aos turcomenos de Baiyr Bujak, tal como faz a todas as outras pessoas independentemente da sua raça, idioma ou religião. O povo turco não deixou sozinhos os seus irmãos turcomenos por um único momento, desde que começaram os ataques.

O acampamento de Yamadi, montado no sopé das montanhas turcomenas, passa os seus invernos com as ajudas enviadas pela Turquia. Todo o tipo de necessidades de 20 mil pessoas são satisfeitas com a ajuda do Crescente Vermelho Turco e da Agência de Gestão de Desastres e Emergências da Turquia (AFAD). As crianças, as mulheres e idosos, conhecem bem a mão de ajuda da Turquia. Estas ajudas têm um só objetivo: impedir que os nossos irmãos turcomenos passem por dificuldades até a situação voltar ao normal. Impedir que as crianças morram de frio e garantir que as mães não estejam preocupadas com a falta de comida para os seus filhos.

Mas agora vive-se uma nova situação. As forças que atacam os turcomenos mostram que ignoram até as regras internacionais, como o direito que rege a guerra e os direitos humanos. São lançadas bombas contra a proximidade dos acampamentos dos civis. Os turcomenos que se fixaram no acampamento de refugiados de Yamani e nas suas proximidades, vêem-se agora obrigados a emigrar. O seu destino são sempre as fronteiras com a Turquia.

Sem dúvida, a Turquia está disposta a partilhar o seu pão com os irmãos turcomenos. O número de pessoas que até agora se dirigiu para a Turquia é de menos de dezenas de milhares de pssoas. Mas este número pode aumentar. A Turquia está decidida a não deixar ninguém isolado ou a passar fome, independentemente de quantas pessoas forem. A AFAD e o Crescente Vermelho Turco, já estabeleceram os primeiros acampamentos para acolher os seus hóspedes.

É claro que a Turquia irá mostrar a sua solidariedade e hospitalidade também aos irmãos turcomenos, tal como o fez aos 2 milhões e meio de pessoas que chegaram ao nosso país desde o início da guerra na Síria. Foram distribuídas mantas e camas nos acampamentos. O Crescente Vermelho Turco, começou também a operar cozinhas móveis para encher os estômagos dos hóspedes. Foram também oferecidas botas e abrigos para as crianças.

Naturalmente, esta tragédia chegará um dia ao seu fim e os turcomenos regressarão aos seus territórios. Nessa altura, cumprirão a sua missão de proteger o caminho de Hiyaz, deixado como património pelos otomanos. Não existe no mundo um regime que tenha durado para sempre cometendo atrocidades e a barbárie. Nenhuma pessoa cruel consegue tiranizar para sempre os inocentes.

A situação na Síria também chegará ao seu fim e as pessoas poderão regressar às suas casas. Mas ficará para sempre a amizade que a Turquia oferece desde há anos sem reclamar nada em troca. Esta amizade e irmandade ficará para a história.

Vamos agora citar a famosa frase de um comandante turcomeno: “Ninguém poderá vencer os turcomenos, enquanto Alá, a Kaaba e a Turquia estiverem do nosso lado".

Termina assim mais uma edição do programa A Mão Amiga da Turquia. Esperamos que tenha gostado de estar na nossa companhia, voltamos a encontrar-nos na próxima semana. Até lá, fique bem.



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