Turquia: da crise à recuperação

Indústria de Defesa (Transcrição do Podcast)

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Turquia: da crise à recuperação

Caros ouvintes da Rádio TRT Voz da Turquia, hoje trazemos mais uma edição do programa Turquia: da Crise à Recuperação.

Os países gastam grandes somas de dinheiro com a sua defesa, em conformidade com a sua posição geopolítica e outras variáveis, para garantirem a sua defesa contra ameaças internas e externas. O custo com a defesa pode chegar aos biliões de dólares, e por isso a dimensão da indústria de defesa oferece oportunidades de desenvolvimento aos países.

A Turquia começou a ser um nome respeitado no setor da indústria de defesa, depois de ter levado a cabo projetos nesse setor ao longo dos últimos anos. No programa de hoje, daremos mais detalhes sobre o navio turco de desembarque e sobre a indústria turca de armamento.


Todos os países no mundo reservam uma parte do seu rendimento para investir na sua defesa, de acordo com a sua posição e missões militares. Os três países que mais investem na sua defesa são os Estados Unidos, com um investimento de 610 mil milhões de dólares, a China com 216 mil milhões de dólares, e a Rússia com 85 mil milhões de dólares.

A Turquia é o 15º país no mundo que mais investe na sua defesa. Até há relativamente pouco tempo, a Turquia estava dependente das indústrias de defesa de outros países, importando a maior parte do seu armamento. Mas nos últimos 10 anos, o país fez avanços na sua indústria de defesa, através das contribuições de várias instituições. As organizações turcas de maior destaque no setor da defesa são a Aselsan, a Havelsan, a Tei e o Tubitak.

Com a redução da dependência em relação às industrias de defesa estrangeiras, a Turquia criou uma nova indústria para si mesma e ganhou um lugar de relevo neste setor, enquanto país exportador de armamento. E tudo isto aconteceu num curto espaço de tempo.

A Turquia começou a ganhar quota de mercado à escala mundial, no setor do armamento que movimenta biliões de dólares. A Turquia tem melhorado a sua tecnologia e fortalecido a sua economia neste setor. No mês passado, deu-se um desenvolvimento importante na indústria turca de defesa. Foram assinados os acordos para o desenho e construção do maior barco militar de desembarque, que terá 231 metros de comprimento. A iniciativa para a construção deste navio partiu da sub-secretaria para as indústrias de defesa. O navio vai ser produzido pela empresa Sedef Gemi Insaati, e representa um projeto especial para a Turquia em vários domínios.

Segundo as informações tornadas públicas, haverá 6 locais no porão de 231 metros deste navio, destinados a veículos aéreos. Além disso, este novo navio de guerra está a ser desenhado de uma forma que tornará possível a aterragem e descolagem de veículos aéreos especiais a partir do porão de aterragem. Relativamente a outras características deste navio, destaque para a sua capacidade de transporte de veículos terrestres, que poderá chegar até aos 94 veículos e a um batalhão de tropas anfíbias. O navio também permitirá transportar 4 barcos de desembarque em terra e mais dois veículos com almofada de ar. No total, o navio terá 1 100 metros quadrados de porão.

O design do navio terá a contribuição de uma empresa espanhola, mas os sistemas de comando e controlo, os sistemas de armamento e de combate, a infra-estrutura computacional e os sistemas de recolha de informação, serão todos produzidas na Turquia, numa parceria entre a Aselsan e a Havelsan.

A construção do navio deverá estar concluída em 2 021. Quando entrar em serviço, este será o maior navio no arsenal das Forças Navais da Turquia. Irá também prestar apoio aos aviões de caça F-35 Lightning II, que podem aterrar e descolar na vertical. Este é outro projeto no qual a Turquia participa enquanto parceiro, e que permitirá fazer revisões posteriores ao projeto.


A Turquia gasta todos os anos aproximadamente 25 mil milhões de dólares na sua defesa. Com o aumento dos projetos como o deste navio de desembarque e outros em curso, os custos que a Turquia suporta com a sua defesa serão reduzidos, e o capital nacional deixará de ser enviado para o exterior, permitindo que os recursos dos país sejam usados de forma mais eficiente.

Um crescente processo de crescimento será alcançado, à medida que a indústria de defesa se desenvolve. E com este desenvolvimento, aumentarão também o emprego e as exportações. E a Turquia, com créditos demonstrados na indústria de defesa, continuará a crescer à medida que aumenta a sua quota de mercado num setor que movimenta biliões de dólares. Um país que fabrica o seu próprio armamento, numa geografia como a do Médio Oriente em particular, atua de forma mais independente tanto nas suas decisões políticas internas, como nas externas. E por isso, poderá defender-se de ameaças externas de forma mais eficaz.

É muito importante que os países possam fabricar o seu próprio armamento, para poderem seguir políticas domésticas e internacionais mais independentes. A redução dos gastos com a indústria de defesa e o desenvolvimento dessa indústria, oferecem várias vantagens aos países. A Turquia está a ganhar poder económico e mais força na política internacional, ao desenvolver a sua própria tecnologia de armamento e ao ser capaz de exportar a sua própria tecnologia.


E assim termina mais uma edição de Turquia: da Crise à Recuperação, um programa escrito pelo Prof. Dr. Assistente Huseyn Karamelikli, um membro académico da Faculdade de Ciências Económicas da Universidade de Karabuk.


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