Fábricas de cacau interromperam a produção devido ao aumento do preço do fruto
As fábricas de cacau pararam a produção, a crise do chocolate está à porta...
As principais fábricas de cacau da Costa do Marfim e do Gana decidiram cortar ou interromper a produção por não conseguirem cobrir os custos das sementes.
Na sequência das notícias dos dois países, que representam 60% da produção mundial de cacau, prevê-se que os preços do chocolate aumentem acentuadamente em todo o mundo.
A diminuição da colheita de cacau devido às condições climatéricas nos últimos três anos já tinha levado a um aumento por parte dos produtores de chocolates. Prevê-se que a situação se agrave com o prolongamento da redução da produção pelo quarto ano.
Os preços do cacau mais do que duplicaram no ano passado.
Os produtores não podem produzir chocolate apenas com cacau em bruto, as sementes têm de ser transformadas em manteiga e licor.
No entanto, o aumento do preço das sementes deixou sem alternativa aqueles que efetuam este processo.
A Transcao, uma das 9 principais fábricas da Costa do Marfim, anunciou que deixou de comprar sementes devido ao aumento dos preços.
Embora a fábrica tenha declarado que continua a produzir com as sementes que tem em armazém, fontes afirmaram que os armazéns estão prestes a ficar vazios.
As fontes afirmaram que a produção está prestes a parar nas fábricas estatais do país, que satisfaz quase metade das necessidades mundiais de cacau.
No Gana, o segundo maior produtor de cacau, foi noticiado que a produção em muitas das 8 fábricas tem sido frequentemente suspensa desde outubro.
Na declaração feita pela empresa estatal de cacau CPC, afirmava-se que a fábrica estava a funcionar a 20% da sua capacidade.
A Organização Internacional do Cacau (ICCO) prevê que a produção mundial caia 10,9% para 4,45 milhões de toneladas este ano. De acordo com os dados da ICCO, o mercado do cacau está a registar um défice de oferta pela primeira vez em quatro anos consecutivos.
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