Protestos em Hong Kong dão origem a uma greve geral que faz cancelar mais de 200 voos

Foram cancelados mais de 200 voos no Aeroporto de Hong Kong, devido à greve geral de hoje em consequência das manifestações, que continuam contra o projeto de lei que facilita o envio de acusados para a China, a partir da Administração Especial de Hong Kong.

Um terço dos controladores de tráfego aéreo também se juntou ao protesto

De acordo com o South Morning Post, os protestos desta segunda-feira, após dois dias de confrontos entre manifestantes e a polícia, já causaram a suspensão total ou parcial de pelo menos 15 estações de metro.

Foram cancelados pelo menos 209 voos, devido à participação na greve dos funcionários do Aeroporto de Hong Kong. Foram também bloqueadas as ligações de metro e autocarro que garantem o acesso aos aeroportos. Esta é a terceira vez em três semanas que os manifestantes interrompem o serviço do metropolitano. O serviço de comboio rápido que liga o centro da cidade ao aeroporto também foi suspenso.

Esta manhã, a líder do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, disse que a cidade está "à beira de uma situação muito perigosa" devido aos protestos, mas que o Governo está determinado em garantir a ordem pública.

Lam sublinhou que as ações de protesto estão a atingir sobretudo a classe trabalhadora, os estudantes e outros, e que é preciso pôr fim ao ambiente de caos na região onde vivem 7 milhões de pessoas. As declarações surgem num contexto em que foram criadas barricadas em frente a alguns edifícios públicos.

Hong Kong vive há dois meses um clima de contestação social, desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.