Forças indianas matam 8 manifestantes na Caxemira ocupada

Pelo menos 11 civis foram mortos e mais de 100 ficaram feridas em vários incidentes separados em que as forças de segurança indianas abriram fogo contra manifestantes em partes do sul da Caxemira controlada pela Índia desde sexta-feira à noite, disse a polícia neste sábado.

Centenas de milhares de pessoas quebraram o toque de recolher imposto pelo governo indiano e tomaram as ruas em vários distritos do vale após a morte de um militante da Caxemira, Burhan Wani, 22 anos, em um tiroteio na sexta-feira.

O chefe da polícia local Javed Mujtaba Gilani confirmou que 11 civis foram mortos pelas forças indianas nos distritos de Kulgam, Pulwama e Anantnag. Vários feridos estão em estado crítico.

De acordo com Gilani, dezenas de delegacias, postos policiais, paramilitares e acampamentos do exército, também foi atacados por manifestantes.

Dezenas de milhares de pessoas participaram de orações fúnebres do Wani na região de Tral, que vieram de todo o vale, apesar de imposição de toque de recolher em várias áreas.

O serviço de telefonia permaneceu desligado na região, enquanto o serviço de internet celular também foi suspenso em todo o vale.

O toque de recolher deve continuar até domingo.

A Caxemira, uma região do Himalaia de maioria muçulmana, é reivindicada pela Índia e pelo Paquistão e possui território nos dois países.

Os dois países já travaram três guerras - em 1948, 1965 e 1971 - uma vez que eles foram separados em 1947, duas delas pela Caxemira.

Desde 1989, grupos de resistência na Caxemira indiana têm lutado contra o domínio indiano por independência ou unificação com o Paquistão.

Mais de 70.000 caxemires foram mortos até agora durante a violência, a maioria deles por forças indianas. A Índia mantém mais de meio milhão de soldados na Caxemira controlada pela Índia.