Putin assina decreto de sanções contra a Turquia

Presidente russo Vladimir Putin assina decreto que impõe sanções econômicas á Turquia após derrubada de caça russo

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Putin assina decreto de sanções contra a Turquia

O presidente russo, Vladimir Putin assinou um decreto que torna obrigatório oficialmente, sanções econômicas contra a Turquia após o abate de um caça russo na fronteira turco-síria no início desta semana.

Citando as razões para as sanções como: proteger os russos "de atividades ilegais criminosas e outras" no site do Kremlin, foram feitas certas restrições de voos da Rússia para a Turquia, proibidas vendas de turismo turcas e certas importações turcas, além de limitar a atividade econômica de empresas turcas e indivíduos na Rússia.

Se espera que a lista de bens turcos a ser boicotada seja revelada na segunda-feira, disseram as fontes da mídia russa. É possível que a lista inclua alimentos, produtos agrícolas e têxteis importados da Turquia.

Além disso, a isenção de visto entre a Turquia e a Rússia também será suspendida, segundo o decreto.

As relações entre os dois países azedaram na terça-feira quando um F-16 turco abateu um jato russo Su-24 que estava a bombardear as forças da oposição síria em Latakia, perto da província turca de Hatay, depois que falharam ao escutar 10 advertências em cinco minutos.

De acordo com as autoridades turcas, o avião tinha violado o espaço aéreo turco por 17 segundos antes de ser abatido, mas a Rússia nega que havia deixado o espaço aéreo sírio.

Um dos dois pilotos russos foi morto a tiros no ar pelas forças de oposição sírio-turcomenas depois de ejetar, enquanto outro soldado russo foi morto durante uma operação de resgate para salvar o piloto quando as forças do Turcomenistão explodiram seu helicóptero.

O incidente marcou o pior confronto entre a Rússia e um membro da OTAN desde o final da Guerra Fria.

Embora o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan disse que estava "entristecido" com o incidente e que a Turquia teria sido mais prudente se soubesse que o jato pertencia à Rússia, ele se recusou a ceder às exigências de Putin para um pedido de desculpas.

Putin, entretanto, disse que não iria aceitar o pedido de Erdogan para uma reunião até que um pedido de desculpas seja feito, e negou as acusações turcas de que a identidade do jato não era conhecida. Até agora, Putin se recusou a responder a duas chamadas telefônicas feitas por Erdogan desde o incidente.

O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov reconheceu o pedido de Erdogan para atender Putin, à margem da Conferência do Clima em Paris. Peskov não esclareceu se Putin iria se encontrar com o líder turco ou não.

Peskov também disse que Putin estava pronto para um longo impasse com a Turquia e que o líder russo foi "totalmente mobilizado" para lidar com a "ameaça" colocada pela Turquia.

A Rússia, que vem realizando ataques aéreos na Síria desde 30 de setembro, sob o pretexto de que o alvo é o grupo terrorista DAESH, já implantou sistemas de mísseis de defesa aéreos S-400 de longo alcance para a sua base aérea em Latakia, para eliminar possíveis ameaças para seus jatos de combate.

Seguindo o incidente de terça-feira, Erdogan disse para Putin "não brincar com fogo" na Síria, apoiando o regime de Bashar al Assad. Ele acusou a Rússia de atacar a oposição síria em vez do DAESH.

Erdogan também rebateu as acusações russas de que a Turquia está comprando petróleo do DAESH, dizendo que a Rússia está "desrespeitando" a Turquia através de tais acusações infundadas, e afirmou que é, na verdade, o aliado da Rússia - o regime de Assad – que compra petróleo do DAESH.


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