Cidade alemã recebe primeiros refugiados

A cidade de Troeglitz, próxima de Naumburg no leste da Alemanha, aceitou oficialmente o primeiro grupo de famílias de refugiados provenientes do Afeganistão e da Índia em 11 de junho, que se mudaram para apartamentos no centro de refugiados, onde um prédio foi incendiado há dois meses.

O ataque incendiário no edifício ocorreu após semanas de protestos de manifestantes de extrema-direita, que se opunham à idéia de habitação de cerca de 40 requerentes de asilo.

Autoridades locais ressaltaram que a região receberá estrangeiros, apesar do ataque e manifestações anti-imigração.

As três jovens famílias inicialmente mudaram-se em 9 de junho para os apartamentos na cidade de Troeglitz na Saxónia-Anhalt, que abriga 2.700 pessoas.

Acredita-se que o ataque ao centro de refugiados foi supostamente conduzido por ideologias racistas e xenófobas.

As famílias que pediram asilo político na Alemanha são pessoas que fugiram para a Europa, devido as situações de conflitos, guerra e pobreza em seus países de origem.

Em 2014, a Alemanha recebeu 200.000 solicitações de asilo, e é esperado que receba cerca 450 mil este ano.

O centro de refugiados na região gerou um grande debate e resultou na renuncia do ex-prefeito da cidade, Markus Nierth, em março.

Nierth justificou sua renúncia, dizendo que não recebeu qualquer apoio das autoridades locais, quando criminosos racistas protestaram do lado de fora de sua residencia contra a abertura do abrigo.

De acordo com a AFP, Goetz Ulrich - o vereador do distrito - pediu especificamente por uma conferência de imprensa para o evento, depois do estabelecimento do primeiro grupo de refugiados no abrigo, a fim de enviar "um sinal político claro."

Ulrich disse que a cidade iria abrigar um total de 40 refugiados e que ele está feliz que meses de trabalho duro valeram a pena ", mesmo que algumas pessoas vejam as coisas de forma diferente."

"Estou muito contente que, depois destas semanas difíceis e meses, tenhamos chegado tão longe", disse ele.

O vereador do distrito também mencionou sua frustração com o movimento Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente (Pegida) e disse que os refugiados vêm tendo os dons da "simpatia e cordialidade" ao querer realizar algo.

"Eles merecem uma chance", disse ele durante a conferência de imprensa.

O Pegida, um grupo anti-Islã e anti-imigração estabelecido no ano passado, é visto como um grupo racista e fascista de fronteira por muitos na Europa, e tinha atraído críticas de figuras políticas importantes, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel.

Fonte: TRT Mundial e agências