Relator da ONU sugere criação de novo tribunal internacional para os crimes de guerra israelitas
O facto de a Procuradoria do TPI ainda não ter emitido um mandado de captura para os crimes cometidos na Palestina, apesar de uma investigação de 8 anos, suscita críticas de "dois pesos e duas medidas".
Balakrishnan Rajagopal, relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Habitação, declarou que, se o Tribunal Penal Internacional (TPI) não atuar muito em breve em relação aos crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza, deverá ser criado um novo tribunal internacional.
Na sua mensagem na rede social X, o relator especial da ONU, Rajagopal, afirmou que o que está a acontecer em Gaza é o resultado de uma "impunidade institucionalizada".
Enquanto os relatores da ONU e as organizações de direitos humanos descreveram os ataques de Israel a civis e os actos de punição coletiva em Gaza como genocídio, o Procurador-Geral do TPI, Karim Khan, foi criticado por não ter tomado medidas preventivas, como a emissão de mandados de captura contra os responsáveis, incluindo o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Na sua última declaração, a 7 de dezembro, o Procurador-Geral Khan avisou que impedir deliberadamente a entrega de ajuda humanitária aos civis em Gaza poderia ser considerado um crime de guerra. No entanto, Israel continuou a restringir o fluxo de ajuda humanitária para Gaza, e o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) informou, em 20 de dezembro, que uma em cada quatro pessoas em Gaza estava a viver numa situação de fome catastrófica. A organização internacional de ajuda Oxfam alertou para o facto de a percentagem real de fome em Gaza ser superior a 90%.
Karim Khan foi criticado por ter visitado Israel em novembro e depois o governo palestiniano em Ramallah, enquanto se mantinham os ataques indiscriminados de Israel a Gaza, mas não visitou Gaza, onde o genocídio israelita dos palestinianos continua.
Khan visitou a cidade de Buça, perto de Kiev, 50 dias após o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia, e solicitou um mandado de captura contra o Presidente russo Vladimir Putin no caso ucraniano no prazo de um ano. O facto de a Procuradoria do TPI ainda não ter emitido um mandado de captura para os crimes cometidos na Palestina, apesar de uma investigação de 8 anos, suscita críticas de "dois pesos e duas medidas".
