Enviado especial da ONU realiza uma viagem ao Iémen e à Arábia Saudita

Martin Griffiths, o enviado especial das Nações Unidas para o Iémen, vai reunir-se com altos responsáveis para abordar a crise no Iémen.

Farhan Haq, o porta voz do secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, disse no seu briefing diário de informação à imprensa que Griffiths se irá reunir com representantes dos hutis e com o general holandês Patrick Cammaert, o chefe do comité para a monitorização do cessar fogo em Sana, a capital do Iémen. Depois dos seus contactos no Iémen, Griffiths segue para Riade onde tem encontro marcado com o presidente deposto do Iémen, Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, e com outras autoridades iemenitas e sauditas.

A ONU quer reunir as fações em conflito no Iémen no final deste mês, para uma segunda ronda de negociações após o primeiro encontro entre os hutis e o governo iemenita, que decorreram na Suécia entre os dias 6 e 13 de dezembro. Durante essas negociações, foi possível chegar a acordo para uma trégua na cidade portuária iemenita de Al Hudeida e região envolvente.

Segundo fontes diplomáticas, a próxima ronda de negociações poderá acontecer no Kuwait.

De acordo com a ONU, 14 milhões de pessoas no Iémen – um número que corresponde a metade da população do país – enfrentam o risco de passar fome. O Iémen passa atualmente por uma das maiores crises humanitárias em todo o mundo. Mais de 22 milhões de pessoas no país precisam de ajuda e proteção.

O porto de Al Hudeida é de importância crucial para o povo iemenita, já que é a porta de entrada de cerca de 90% dos produtos alimentares do país e de 80% da ajuda humanitária.

No Iémen, que vive sob instabilidade política há muito tempo, os hutis controlam a capital Sana e outras zonas do país desde setembro de 2 014. Por outro lado, as forças da coligação liderada pela Arábia Saudita apoiam o governo legítimo do Iémen contra os hutis, desde março de 2 015.