“O príncipe herdeiro desmentiu as alegações de que sabia do caso”
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Adil al-Cubayr, disse que o príncipe herdeiro Salman bin Abdulaziz não sabia da morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado do país em Istambul.
O ministro saudita dos Negócios Estrangeiros fez uma declaração sobre o assassinato de Khashoggi.
Nas declarações que fez a um canal de televisão americano, Adil al-Cubayr disse que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, não teve informações nem responsabilidade sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
Perante uma pergunta acerca da proximidade entre as pessoas que levaram a cabo o assassinato de Khashoggi e o príncipe herdeiro Salman, Cubayr disse que essas pessoas não são próximas de Salman:
“O príncipe herdeiro desmentiu essas alegações e não estava a par da situação. Nem ele, nem os responsáveis máximos dos serviços secretos. Essas pessoas eram responsáveis de segurança com interesse em questões de segurança. Essa operação violou as suas autorizações e competências. Cometeram um erro ao matar Khashoggi e tentaram esconder a situação”.
Sobre a versão saudita da luta entre Khashoggi, um jornalista de 60 anos, contra 15 elementos das forças de segurança, Cubayr disse o seguinte:
“Penso que essas 15 pessoas não estariam todas no consulado quando se deu o incidente. Estamos a investigar essas pessoas e sobre como se reuniram.
Tudo isto foi um grande erro. Apresentámos as nossas condolências à sua família, partilhamos a sua tristeza. Gostaríamos que nada disto tivesse acontecido. Foi um grande erro. Estou certo de que os responsáveis irão prestar contas”.
O ministro saudita dos Negócios Estrangeiros alegou que os agentes de segurança enganaram o governo, enviando um relatório dando conta que Khashoggi tinha saído do consulado e pondo em causa as informações dadaş pela Turquia: “Concluímos que Khashoggi foi morto no consulado depois de um interrogatório. Não sabemos como foi morto e onde está o corpo”.
O governo saudita anunciou que Khashoggi, que desapareceu depois de entrar no Consulado Geral da Arábia Saudita em Istambul, a 2 de outubro, “foi morto durante uma discussão nas instalações do consulado”.