Reino Unido lança plano para combater o Daesh
Ministros estabelecem plano para combater o terrorismo no Iraque, Síria e outros lugares
Dois ministros britânicos na quinta-feira definiram um plano com cinco pontos para combater o Daesh. A chanceler George Osborne e o Ministro dos Negócios Estrangeiros Philip Hammond expuseram as propostas em um artigo no jornal The Daily Telegraph antes da reunião das Nações Unidas em Nova Iorque sobre a luta contra a ameaça no Iraque, na Síria e em todo o mundo.
"Nas últimas semanas, temos visto terríveis acontecimentos na França e na América", escreveram eles. "Atos de terror mataram centenas de pessoas inocentes que apenas estavam dando continuidade às suas vidas diárias. Eles planejam dividir o mundo ocidental e espalhar o medo em nossas nações. Mas ao contrário, estamos unidos, fortalecidos pela nossa determinação de manter firme aos nossos valores compartilhados e confrontar o mal que nos ameaça."
Chamando a comunidade internacional para combater "um novo tipo de ameaça", Osborne e Hammond acrescentaram: "Esses líderes desse culto à morte estão infligindo um terrorismo brutal e bárbaro não só sobre as pessoas que vivem nas faixas de território que controlam, mas eles querem aumentar a sua brutalidade ao redor do mundo. "
Os ministros, ambos membros do governo conservador do primeiro-ministro David Cameron, disseram que o primeiro ponto seria combater o terrorismo a nível nacional com uma estratégia para evitar ataques.
Eles também pediram uma ação diplomática para realização da transição política na Síria. Isto incluiria discussões entre grupos de oposição sírios e o regime do presidente Bashar al-Assad, disseram.
Uma reunião na sexta-feira reunirá potências internacionais e regionais para tentar acabar com a guerra civil na Síria através de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para colocar uma equipe de monitoramento de cessar-fogo em vigor e apoiar o processo que visa tirar Assad do cargo.
Em terceiro lugar, a ajuda humanitária oferecia apoio á milhões de refugiados que estão sendo obrigados a fugir da "brutalidade" do Daesh e Assad, acrescentaram. Os ministros disseram que o Reino Unido estava disposto a contribuir mais de 1 bilhão de libras (US$ 1,49 bilhão) para a reconstrução pós-conflito além dos 1,1 bilhões de libras (US $ 1,64 bilhão) que já foram doados para os refugiados.
O quarto ponto seria combater a propaganda do Daesh, prejudicar sua ideologia e parar o fluxo de recrutas.
Cortar o sistema financeiro global do Daesh seria o elemento final e os ministros identificaram o comércio de petróleo como vital para minar o financiamento do grupo.
Acredita-se que os campos petrolíferos sírios forneçam ao Daesh cerca de US$ 1,5 milhão por dia. "Nós sabemos que a ação militar que agora estamos tendo com os nossos aliados, tendo como alvo a infra-estrutura de petróleo, está começando a limitar esse recurso", escreveram eles. "Mas podemos e devemos fazer mais."
Eles disseram que o regime de sanções das Nações Unidas deve visar os comerciantes e intermediários no comércio de petróleo e antiguidades roubadas que financiam o Daesh.
Osborne e Hammond também apelaram para maior cooperação entre a polícia e as agências de inteligência para identificar os intermediários e o processo de pessoas ligadas ao financiamento do terror.
"Quando nada menos do que os valores da liberdade e da democracia estão ameaçados, é vital que todos nós ao redor do mundo que compartilhamos, trabalhemos juntos para enfrentar esta ameaça", disseram eles.
Como parte da coalizão liderada pelos EUA contra o Daesh, a Grã-Bretanha vem realizando ataques aéreos no Iraque desde setembro do ano passado e na Síria desde o início deste mês.
Na quarta-feira, Hammond disse ao parlamento do Reino Unido que haviam sido realizadas mais de 1.600 missões e 400 ataques a alvos do Daesh.