Abbas anuncia demissão do governo palestiniano em 24 horas

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou hoje que o governo de unidade palestiniano, formado há um ano, se demitirá no prazo de 24 horas, disseram fontes que assistiram a uma reunião da Fatah em Ramala.

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Abbas anuncia demissão do governo palestiniano em 24 horas

Abbas afirmou que o Conselho Revolucionário do partido nacionalista, Fatah, fará avançar a formação de um governo de unidade, totalmente novo, ao invés de continuar com os esforços para reformar o atual, explicou a fonte, que participou da 15ª conferência deste órgão, segundo a agência de notícias palestina "Ma'an".

O líder palestiniano declarou que a formação do novo governo levará vários dias e que os membros do Conselho Revolucionário da Fatah apoiam amplamente a designação de um vice-presidente.

O anúncio de Abbas foi feito pouco mais de um ano depois da formação do último governo de consenso palestiniano liderado por Rami Hamdala, após um pacto de reconciliação entre a liderança da Cisjordânia e o grupo islamita Hamas na Faixa de Gaza.

O acordo que estabelecia a formação de um governo interino e a realização de eleições gerais nos territórios palestinianos, tentava pôr fim à divisão política e administrativa entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, que já dura há mais de sete anos.

As disputas entre Fatah e Hamas começaram em 2006, quando os islamitas ganharam as eleições legislativas, as últimas realizadas até o momento.

No ano seguinte, a rivalidade política entre os dois grupos chegou ao seu auge quando o Hamas assumiu o controlo de Gaza após enfrentar forças leais à Fatah e a Abbas.

Após o acordo do ano passado, muito criticado pelo governo israelita, foram detidos vários membros do Hamas na Cisjordânia em resposta ao sequestro de três jovens judeus, e a última ofensiva militar na faixa de Gaza acabou por desestabilizar a reconciliação entre as duas forças palestinianas.

Desde então, o Hamas acusa os dirigentes da Fatah de fracassar no cumprimento das suas promessas em Gaza, especialmente em conseguir a reconstrução do território após a devastadora operação militar israelita ou a suspensão do bloqueio.

O líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, disse no começo do mês, que não havia progressos humanitários ou económicos no enclave desde o estabelecimento do governo de unidade.

Por sua vez, o primeiro-ministro da ANP, Rami Hamdala, prometeu, numa visita em março à faixa de Gaza, que as fações palestinianas "trabalhariam rapidamente" para encontrar soluções.


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