Primeiro-ministro português demitiu chefe de gabinete e Presidente convoca novas eleições
O Primeiro-Ministro cessante de Portugal, António Costa, demitiu na quinta-feira o seu chefe de gabinete, Vítor Escária, devido a alegações de corrupção.
O Primeiro-Ministro cessante de Portugal, António Costa, demitiu na quinta-feira o seu chefe de gabinete, Vítor Escária, devido a alegações de corrupção.
Escária foi detido numa série de buscas policiais que abalaram o país na quarta-feira.
Costa não foi detido mas foi mencionado na investigação. Em consequência, anunciou rapidamente a sua demissão e disse que as acusações não eram compatíveis com o seu papel de primeiro-ministro.
Escária continua detido, e segundo vários meios de comunicação social, foram encontrados pela polícia 75.800 euros (81.000 dólares) em dinheiro no seu gabinete.
O inquérito por corrupção incide sobre uma série de concessões relacionadas com projetos de energia verde e de extração de lítio.
Um dos projetos de minas de lítio a céu aberto sob investigação foi aprovado na primavera pelas autoridades reguladoras, apesar da oposição generalizada e de um relatório crítico de um especialista da ONU.
Outro colaborador íntimo no centro do escândalo é o empresário Diogo Lacerda Machado, que também estava entre os cinco homens detidos na quarta-feira.
Amigo de longa data de Costa, Lacerda foi o padrinho do seu casamento e colaborou com o governo no passado.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa anunciou ontem, ao fim do fia, que vai dissolver o governo e convocar novas eleições para março de 2024.
Costa foi eleito em 2015, depois de ter passado quase oito anos como Presidente da Câmara de Lisboa. Nas eleições de 2022, Costa e o seu Partido Socialista obtiveram uma maioria absoluta que lhe garantiu um mandato de quatro anos.
Figura de destaque na UE, Costa foi o único político de esquerda a obter a maioria absoluta nas últimas eleições, para além de Robert Abela, em Malta.