Presidente de Portugal convocou eleições antecipadas para 10 de março

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta quinta-feira que o país vai realizar eleições antecipadas no dia 10 de março.

A medida surge dois dias depois de o Primeiro-Ministro António Costa se ter demitido inesperadamente, após ter sido notícia o seu envolvimento numa investigação de corrupção.

Costa disse que foi apanhado de surpresa quando a polícia realizou buscas em dezenas de edifícios em Portugal, incluindo o gabinete do Primeiro-Ministro e os ministérios nacionais.

Dois membros do círculo íntimo de Costa, incluindo o seu chefe de gabinete, estão entre os detidos.

Assim que recebeu a notícia das rusgas policiais e do alcance da investigação, Costa apresentou a sua demissão a Rebelo de Sousa.

O Presidente afirmou que Costa se demitiu por "razões de dignidade" e elogiou a sua decisão de se demitir.

"Que o tempo nos permita esclarecer o que aconteceu", disse Rebelo de Sousa sobre a investigação em curso.

Embora o Partido Socialista de Costa tenha obtido a maioria absoluta nas eleições de 2022, Rebelo de Sousa decidiu dissolver o governo e convocar novas eleições em vez de nomear um novo primeiro-ministro.

No seu discurso, afirmou que os eleitores portugueses votaram em Costa e que um novo governo não estaria "legitimado" pelos cidadãos. Por isso, disse, "o povo português terá a última palavra sobre o que vai acontecer a seguir."

A investigação sobre corrupção, que esta semana causou um choque em Portugal, centra-se na concessão de projetos lucrativos relacionados com a transição energética do país, tais como minas de lítio e hidrogénio.

Apesar das eleições antecipadas, o Presidente da República vai dar ao Governo tempo suficiente em funções, para aprovar o orçamento para 2024. O Partido Socialista também tem de decidir quem será o seu próximo líder.