Palavras duras do ministro italiano do interior contra os responsáveis máximos da Comissão Europeia

“Vocês são os inimigos da Europa”.

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Palavras duras do ministro italiano do interior contra os responsáveis máximos da Comissão Europeia

O vice-presidente italiano e ministro do Interior de Itália, Matteo Salvini, criticou com palavras duras os responsáveis máximos da Comissão Europeia, que classificou como “inimigos da Europa”.

Salvini, conhecido pelas suas políticas anti-imigração e que é também o líder do partido nacionalista Liga e um dos membros do governo italiano, fez um discurso conjunto com a líder do partido nacionalista francês Agrupamento Nacional, Marine Le Pen, durante uma conferência em Roma intitulada Perspetivas Sociais e Crescimento Económico na Europa das Nações.

Durante a sua intervenção, Salvini disse que partilha princípios e valores comuns com Le Pen sobre o futuro da Europa, em termos de agricultura, políticas laborais e na luta contra a imigração: “somos opositores aos inimigos da Europa como Juncker e Moskovici, que se votaram ao exílio em Bruxelas”.

Salvini e Le Pen falaram também das eleições para o Parlamento Europeu, agendadas para o próximo ano, e vaticinaram uma "revolução" nas eleições europeias, das quais vai emergir uma frente "da liberdade" com um modelo de nações com mais soberania.

Salvini considerou que as eleições vão representar "o final de um percurso, de uma revolução do bom senso que está a percorrer toda a Europa" e também outros pontos do planeta, e celebrou o êxito na primeira volta do candidato Jair Bolsonaro, também de extrema-direita, no Brasil.

"Estamos aqui para dar sentido e alma a um sonho da Europa que os burocratas europeus esvaziaram. Os salvadores da Europa estão aqui, não em Bruxelas", reivindicou o político italiano, ao que Le Pen respondeu entre risos: "Onde devo assinar?".

Os dois, reconhecendo-se "soberanistas", rejeitaram uma lista eleitoral única em todo o continente, mas Salvini apostou por propor após as eleições "se for possível, candidatos comuns para desempenhar os papéis mais delicados" no seio da União Europeia.

A líder do Agrupamento Nacional, a antiga Frente Nacional francesa, considerou que está próximo "um momento histórico, com H maiúsculo, que verá emergir uma Europa diferente, a Europa das nações, do respeito e da proteção".

Os dois expuseram a sua ideia de uma Europa menos centralista, com países com maior soberania, que defendem as suas fronteiras para travar a imigração, e classificarem de "inimigos", os burocratas "entrincheirados no bunker" comunitário.



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