A crise italiana ameaça o projeto europeu, diz a Fundação Alternativas

O relatório, elaborado pela fundação, ligado ao socialismo espanhol, juntamente com o instituto Fiedrich Ebert Stiftung, propõe que a Espanha aproveite o 'brexit' e a crise italiana.

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A crise italiana ameaça o projeto europeu, diz a Fundação Alternativas

A crise institucional aberta na Itália pela ascensão de partidos eurocéticos ameaça atrasar a construção do projeto da União Europeia (UE), advertiu hoje a Fundação Alternativas.

A crise italiana "põe em risco" a Europa, alertou o vice-presidente da fundação, Nicolas Sartorius, que esclareceu que essa situação é muito mais séria do que a incerteza que pode ter gerado a moção de censura do PSOE na Espanha.

Ex-líderes socialistas ligados à fundação expressaram essa preocupação e alguns, como o ex-ministro socialista Josep Borrell, passaram a criticar a "perigosa" decisão do presidente da Itália, Sergio Mattarella, de vetar o executivo proposto pelo M5D e pela Liga para incluir um ministro eurocético.

Para o ex-socialista Carlos Carnero, a situação que a Itália representa para a UE é "extremamente séria" e propôs o aprofundamento da união federal para "deixar de ser sujeita à roleta russa" das forças nacionais.

O ex-comissário socialista Joaquín Almunia também expressou o seu receio de que o Parlamento Europeu que deixa as próximas eleições tenha "15% mais" deputados eurocépticos e depois "perca o motor da UE".

O relatório, preparado pela fundação, ligado ao socialismo espanhol, juntamente com o Instituto Fiedrich Ebert Stiftung, propõe que a Espanha aproveite o 'brexit' e a crise italiana para se juntar ao 'núcleo da liderança europeia' junto à Alemanha e à França.

"A Espanha deve se juntar à máquina franco-alemã para liderar as principais reformas da comunidade", diz o documento, intitulado "Estados europeus antes das reformas da União".

Esta fundação também defende o uso de instrumentos econômicos para penalizar atitudes antidemocráticas, como visto pelos governos da Hungria ou da Polônia.

Em matéria econômica, a fundação está empenhada em aprofundar a integração dos países da UE, porque sem ela "a união monetária não será sustentável diante de uma crise futura".

Propõe também a criação de um fundo europeu anti-crise, um fundo de resolução bancária e um fundo de garantia de depósitos e, a médio prazo, Eurobonds emitidos por um fundo monetário europeu.

A UE deve promover políticas ativas de emprego nos países mais afetados pela crise e garantir a qualidade dos empregos para apoiar o "pilar social europeu" contra o "austericídio" que alimentou os populismos, disse Sartorius.

De acordo com esta organização, as relações externas da UE deve centrar-se em preservar o acordo nuclear com o Irã e o Acordo de Paris, apesar do boicote dos EUA, com o qual você também deve evitar a todo o custo em uma guerra comercial após a imposição de tarifas às importações de aço e alumínio. EFE


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