UE aprova novo centro militar conjunto
Os ministros de Defesa da UE devem aprovar o MPCC em uma tentativa de reforçar a cooperação militar no bloco em meio a preocupações sobre o compromisso dos EUA com a OTAN.
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Os ministros da Defesa da União Europeia deverão aprovar a criação de um novo centro militar da UE em Bruxelas, na quinta-feira, apesar das anteriores objeções britânicas ao projeto.
Os planos para montar a facilidade de conduta e capacidade de planejamento militar (MPCC) para supervisionar as "missões militares não-executivas" da UE vêm entre dúvidas sobre o compromisso do presidente dos EUA, Donald Trump, com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), um bloco militar de 28 membros cobrindo a maior parte da Europa.
A chefe de Relações Exteriores da União Europeia, Federica Mogherini, que presidiu uma reunião sobre o acordo de março com os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE em Bruxelas na segunda-feira, há muito pressiona o bloco a assumir um papel militar maior.
Atualmente, a cooperação militar da UE limita-se às operações de formação civil-militar no Mali, na República Centro-Africana e na Somália. Nenhuma dessas missões envolve o uso da força.
A UE montou também a Operação Sophia no centro do Mediterrâneo, que pode usar a força para impedir os contrabandistas de migrantes, e a missão anti-pirataria da Operação Atalanta.
Estas duas operações executivas têm seus próprios centros de comando que permanecerão separados do MPCC.
Objeções britânicas
A aprovação dos planos foi adiada até quinta-feira após a oposição britânica, afirmou o ministro espanhol das Relações Exteriores, Alfonso Dastis, após a reunião de segunda-feira. Ele expressou preocupação de que o mesmo possa acontecer na reunião dos ministros da Defesa de quinta-feira.
Embora a Grã-Bretanha tenha concordado com o acordo em março, transformar o acordo em um texto legal se deparou com problemas, com propostas para chamá-lo de "Sede Operacional" sendo uma "bandeira vermelha" para a Grã-Bretanha.
"Estamos ainda a tentar encontrar um compromisso com os nossos amigos britânicos sobre a posição jurídica, para que esta estrutura possa ser criada", disse uma das fontes que pediu para não ser nomeada.
"Eles são extremamente sensíveis às eleições e como elas podem ser vistas no Reino Unido", acrescentou a fonte.
Os britânicos vão votar nas eleições em 8 de junho, com foco principal na decisão do país de deixar a UE com base no resultado de um referendo no ano passado. O Partido Trabalhista da oposição acusa o governo da primeira-ministra Theresa May de conduzir o país a um "Brexit difícil" que põe em risco a posição da Grã-Bretanha na Europa.
A Grã-Bretanha, uma potência com armas nucleares que exerce um veto do Conselho de Segurança da ONU, sempre se opôs à integração da defesa da UE como um risco para a OTAN.
Fonte: TRTWorld e agências