Abertura do Irã representa oportunidade e concorrência para a Turquia

A Turquia, membro da OTAN, permanece como a potência
econômica da região, com uma produção de US$ 800 bilhões em 2014, bem acima do
Irã com US$ 425 bilhões e uma indústria de fabricação avançada que exporta
televisores, carros e máquinas de lavar roupa para a Europa.

Mas o Irã, com uma população de tamanho similar, poderá cobrir essa lacuna, afirmam os líderes empresariais turcos, graças a incentivos do governo, uma força de trabalho bem educada e vastas reservas de petróleo, que dispensam a necessidade de importação de energia.

"É uma economia com grande potencial", disse o empresário Alper kanca, cuja empresa, Kanca Dovme Celik, produziu peças de motor para montadoras iranianas por 20 anos antes das sanções.

"Há um apoio extraordinário do governo iraniano para expansão da indústria doméstica."

Após o levantamento das sanções internacionais no mês passado, o Irã é hoje a maior economia que volta a participar do sistema de comércio global desde que a União Soviética acabou há mais de duas décadas atrás.

O Fundo Monetário Internacional espera que a economia do Irã expanda 4,3 por cento este ano, com um crescimento igual ou superior a 4 por cento nos próximos dois anos. Ele também vê o crescimento das importações do Irã em 18 por cento este ano, 14 por cento no próximo ano e 7 por cento no ano seguinte.

"A Turquia será um dos países que mais se beneficiarão" da abertura do Irã, disse o ministro da Economia, Mustafa Elitas.

O comércio da Turquia com o Irã chegou a US$ 22 bilhões em 2012, disse ele, antes de cair acentuadamente nos anos seguintes por causa do acentuamento das sanções. Ancara tem como objetivo chegar a US$ 30 bilhões em trocas comerciais com o Irã até 2023, disse ele.