FIFA votará sobre reformas em estatuto

FIFA vota sobre reformas para acabar com a cultura da corrupção no mundo do futebol.

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FIFA votará sobre reformas em estatuto

A eleição de um novo presidente para substituir Sepp Batter pode ser a segunda votação mais importante da FIFA na sexta-feira.

Horas antes, líderes de 209 federações podem aprovar reformas destinadas a acabar com a cultura da corrupção no mundo do futebol que foi descoberta pelos Ministérios Públicos Federais americanos e suíços.

Advogados da FIFA também buscam por um voto "sim" para ajudar a salvar o seu estatuto como uma vítima da corrupção nos olhos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Votar a favor irá reduzir o poder do novo presidente e do comitê executivo, controlar altos funcionários impondo limites de prazo e controles de integridade mais rigorosos.

Peritos independentes irão supervisionar como a FIFA ganha e gasta os US$ 5 bilhões extras de cada Copa do Mundo, que acontece de quatro em quatro anos.

"É claro que os fãs de futebol e parceiros comerciais da FIFA não aceitarão nada menos do que a plena transparência na forma como o futebol é governado", advertiu o painel interno da FIFA, incluindo o candidato a presidente Gianni Infantino, que redigiu a reforma.

O impressionante caso americano já indiciou 41 pessoas e agências de marketing desde maio, alegando conspirações de suborno de US$ 200 milhões até agora.

"Há muita coisa para corrigir sobre as maneira como o futebol funciona", disse o membro do comitê executivo da FIFA Moya Dodd esta semana.

Dodd tem sido a chave para a obtenção de um papel maior para as mulheres em um novo visual da FIFA, que está prestes "a respeitar todos os direitos humanos reconhecidos internacionalmente."

Além da fraca liderança e reputação da FIFA - com Blatter e o administrador Jerome Valcke banidos do cargo por comportamento antiético - veio uma agenda progressiva que era impensável em anos anteriores.

Assim como é improvável que Issa Hayatou, presidente interino da FIFA, vai pregar a necessidade de mudança na sexta-feira.

Hayatou liderou o futebol Africano por 28 anos com duas mudanças de regras eleitorais recentes em seu favor, e foi repreendido pelo COI em 2011 pelo pagamento em dinheiro para uma antiga agência de marketing da Copa do Mundo da FIFA.

A resposta do oficial de Camarões às alegações em uma entrevista coletiva em dezembro, em Zurique, parecia em desacordo com a nova promessa da FIFA de "responsabilidade, humildade, respeito e sinceridade."

Ainda assim, Hayatou pediu aos 209 membros esta semana para aproveitarem a chance e votarem para atualizar os Estatutos da FIFA.

Hayatou também advertiu sobre o "trabalho difícil pela frente", com todas as confederações e membros estabelecendo uma meta para 2018 pela FIFA para adotar reformas legais importantes. Elas incluem pôr fim aos conflitos de interesse nas decisões comerciais, e garantir a independência em auditorias financeiras e órgãos judiciais.

A FIFA pode sofrer diversas sanções caso não consiga atingir a meta de 2018, que poderia começar com o bloqueio de fundos a partir de Zurique.

Independentemente disso, a mudança deve começar no topo e a FIFA poderá ser muito diferente em 60 dias, a partir de sexta-feira quando as novas regras legais irão entrar em vigor.

Quem for eleito presidente na sexta-feira não continuará no cargo por mais de 12 anos, menos do que os 17 anos de Blatter, e 24 do seu predecessor, João Havelange do Brasil.

Mesmo se o novo presidente for um príncipe ou um sheik, ele nunca deverá voltar a ter o mesmo poder no império da FIFA.

Fonte: TRTWorld, PA



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