“O Brasil não pode virar as costas aos venezuelanos”

O ministro da Segurança do Brasil, Raúl Jungman, afirmou na quarta-feira que o seu país “não pode virar as costas aos venezuelanos”, referindo-se ao fecho das fronteiras entre os dois países decretado por um juiz. A medida foi no entanto anulada por um tribunal superior.

A fronteira entre o Brasil e a Venezuela no norte do Brasil esteve encerrada durante cerca de 20 horas, mais concretamente no estado de Roraima, que é a principal porta de entrada dos venezuelanos que fogem da crise política, social e económica que afeta a Venezuela.

Um juiz federal decretou o encerramento da fronteira, na sequência de um pedido apresentado pelo governo estadual de Roraima. O governo desse estado no norte do Brasil alega que a vinda massiva de venezuelanos, estimados em 50 mil no último ano, contribui para degradar a qualidade dos serviços públicos no estado.

A sentença viria no entanto a ser anulada pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região, que representa o estado brasileiro como um todo. Segundo o tribunal, “o fecho da fronteira significa não reconhecer os iimigrantes como iguais aos brasileiros”.

Segundo Jungmann, o governo do presidente Michel Temer mostrou-se disposto a receber venezuelanos por razões humanitárias, e considera que “o país não pode virar as costas ao país vizinho, que vive uma situação muito difícil”.