Greve nacional brasileira se torna violenta
Brasileiros protestam contra uma série de reformas que o governo de centro-direita diz serem necessárias para salvar a maior economia da América Latina de mais danos após mais de dois anos de profunda recessão.
Manifestantes no Brasil entraram em confronto com a polícia anti-motim na sexta-feira durante uma greve nacional que fechou o transporte, escolas e bancos em grande parte do país em protesto contra as reformas de austeridade econômica.
Analistas e autoridades do governo disseram que a greve teria pouco impacto nos esforços do presidente Michel Temer para impulsionar reformas econômicas por meio do Congresso, dado o apoio contínuo do presidente entre os legisladores.
A polícia recorreu ao uso de gás lacrimogêneo e disparou balas de borracha em várias cidades em esforços para limpar estradas bloqueadas por barricadas queimadas.
Os manifestantes também obstruíram as entradas de aeroportos e estações de metro.
O sindicato Forca Sindical disse que 40 milhões de pessoas responderam ao chamado para a greve nacional. Isto não pôde ser verificado independentemente.
Milhares de pessoas se reuniram para o que era esperado ser o maior encontro em São Paulo, onde os manifestantes planejavam marchar em direção à casa particular do presidente Michel Temer.
O pedido de uma greve geral por sindicatos e organizações de esquerda acontece no momento em que estatísticas do governo na sexta-feira mostraram que o desemprego atingiu um recorde de 13,7 por cento, ou seja, mais de 14 milhões de pessoas estão desempregadas.
O presidente Temer disse que a economia brasileira enfrenta uma crise sem severa disciplina fiscal e aperto de cinto.
Sua medida mais controversa tem sido a de reduzir os custos de aposentadoria, elevando a idade de aposentadoria para 65 anos para homens e 62 para mulheres, acima dos atuais 60 e 55 anos.
As greves de sexta-feira podem se tornar o maior protesto contra a administração de Temer desde que ele assumiu a presidência de Dilma Rousseff em agosto passado.
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