América Latina vai para a Cop21 com uma mesma preocupação

Os países da América Latina e Caribe irão participar da Conferência do Clima em Paris sem uma posição conjunta, mas com algumas propostas de grupos

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América Latina vai para a Cop21 com uma mesma preocupação

Os países da América Latina e do Caribe, poderosos em biodiversidade e altamente vulneráveis a desastres naturais, irão participar da Conferência do Clima em Paris sem uma posição conjunta, mas com alguns propostas de grupos.

Muitos líderes latino-americanos confirmaram presença na vigésima primeira Conferência do Clima (Cop21) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que visa selar um acordo comum para combater esta ameaça global. O objetivo é que a temperatura do planeta não suba mais de 2 graus Celsius até o final do século.

Embora se estime que apenas 9% das emissões de carbono sejam originados na América Latina, os especialistas concordam que a mudança climática resultará em um aumento das temperaturas que impactará severamente a área.

A Comissão Econômica das Nações para a América Latina eo Caribe (CEPAL) estima que esses países devem alocar nos próximos cem anos, entre 1,5% á 5% do seu PIB para combater as alterações climáticas, cujos efeitos se traduzirão em inundações, secas e impactos sobre a biodiversidade, segurança alimentar, economia e saúde.

O financiamento será um dos principais temas discutidos na Cop21. Para os países em desenvolvimento, os projetos de adaptação às alterações climáticas são caros, não só na conta de dinheiro.

O Governo da Nicarágua espera que o acordo preveja "financiamento, transferência de tecnologia e capacitação dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento".

Cuba também insiste que as nações ricas sejam responsáveis e exige que os países desenvolvidos paguem sua "dívida ecológica".

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) lista alguns dos problemas que podem causar o aquecimento global, que, em 2014, de acordo com o Banco Mundial, elevou 0,8 graus a temperatura na América Latina.

Por exemplo, se as emissões entre agora e 2100, não forem cortadas, a temperatura no Brasil poderá aumentar 5,4 graus acima dos níveis pré-industriais, o que implica que 618.000 pessoas sofrerão graves inundações e cerca de 168 milhões estarão em risco de contrair malária.

O governo do Brasil se comprometeu a reduzir as suas emissões em 37% até 2025 em relação aos níveis de 2005 e tem a intenção de adquirir energias renováveis, incluindo hidrelétrica, o que representa 45% da rede de geração do país, em comparação com a média global de 13%.

O Chile prometeu reduzir suas emissões em 30% e a Colômbia em 20% até 2030.

Os Índios da América Latina também trarão as suas propostas para a cúpula, começando com a inclusão dos direitos territoriais incluídos no acordo que espera serem selados em Paris e que entrariam em vigor em 2020.


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