Milhares de venezuelanos marcham pela liberdade

Milhares de manifestantes saíram às ruas das principais cidades venezuelanas, sábado, para pedir a liberdade daqueles que qualificam de "presos políticos" e protestar contra o governo do presidente Nicolás Maduro.

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Milhares de venezuelanos marcham pela liberdade

Três mil pessoas, segundo números do partido opositor, Vontade Popular, concentraram-se na avenida Francisco de Miranda, no leste de Caracas, e aderiram ao ato do qual participaram as esposas do líder radical Lepoldo López, do ex-presidente da câmara de San Cristóbal Daniel Ceballos e do presidente metropolitano Antonio Ledezma, que permanecem na prisão.

Na concentração esteve presente o ex-presidente boliviano Jorge Quiroga que, ao lado do ex-presidente colombiano Andrés Pastrana, tentou visitar na sexta-feira López e Ceballos, que declararam greve de fome desde o passado domingo, mas foi-lhes negada a visita.

"O certo é que a luta de Leopoldo (López), Daniel (Ceballos) e suas famílias vai trazer à Venezuela eleições, democracia, liberdade e um rumo diferente", disse Quiroga à AFP, enquanto caminhava entre os manifestantes vestindo roupas brancas.

O protesto foi convocado por Leopoldo López, que está preso numa prisão militar nos arredores de Caracas desde 19 de fevereiro de 2014, acusado de incitar a violência nos protestos antigovernamentais que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio do ano passado.

López publicou na internet um vídeo clandestino, gravado na sua cela com um telemóvel, no qual convocou os manifestantes para irem para as ruas "pacificamente", exigir "a libertação dos presos políticos, o cessar da perseguição e da censura" e que "se fixe definitivamente a data para as eleições parlamentares", planeadas para o último trimestre do ano.

Na concentração de Caracas, alguns dirigentes do Vontade Popular raparam a cabeça em solidariedade a Ceballos, também acusado de conspiração, que teve a cabeça rapada e foi transferido na madrugada de sábado passado, sem aviso prévio, para uma prisão para presos comuns em Guárico.

Karina Rodríguez, uma administradora de 30 anos, aderiu à manifestação porque quer "uma mudança para a Venezuela e um futuro melhor" e porque se sente "cansada" de "todos os problemas políticos e sociais" que o país tem enfrentado recentemente.

Outras manifestações foram realizadas em San Cristóbal, Maracaibo e Barquisimeto, Valencia, Maracay Maturín, Puerto La Cruz Puerto Ordaz e San Fernando.


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