Explosões matam três em protestos no Burundi
Três pessoas foram mortas em um ataque com granadas durante protestos contra a candidatura do atual presidente para terceiro mandato, no Burundi.
Granadas foram jogados em manifestantes na capital do Burundi, Bujumbura, e mataram três pessoas na sexta-feira. Este é o ataque mais recente e mais mortal durante as manifestações que têm sido realizadas desde abril, conforme relato da Agência Reuters.
"Aqueles que fizeram isso tinham a intenção de matar, porque as granadas foram atiradas entre as mulheres que vendiam frutas, em uma grande multidão", disse o vice-chefe de polícia, general Godefroid Bizimana, acrescentando que os terroristas escaparam.
Nos confrontos de quinta-feira, dois manifestantes foram mortos por tiros pela polícia, e oito pessoas ficaram feridas, de acordo com a Cruz Vermelha. Após o ataque de granada, o total de pessoas que morreram durante os processos é de pelo menos 30.
De acordo com o porta-voz da comissão eleitoral, Prosper Ntahorwmiye, os manifestantes pararam um veículo que levava cabines de votação, e as urnas na província Mukiki, e queimaram o material eleitoral.
"Esta é a primeira vez que tal incidente acontece, vamos tomar medidas apropriadas para assegurar que isso não aconteça novamente", disse Ntahorwmiye, acrescentando que dois soldados dispararam para o alto para deter a multidão, mas "todos os equipamentos foram queimados."
O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, adiou as eleições parlamentares, que foram fixadas para 26 de maio por uma semana, depois de quase um mês de manifestações contra o governo e um fracassado golpe militar no estado do leste Africano.
A decisão veio após recomendações da comissão eleitoral do Burundi, políticos da oposição e da comunidade internacional para um adiamento.
Os ministros da Defesa e estrangeiros de Burundi foram demitidos pelo presidente Nkurunziza após a fracassada tentativa de golpe.
A crise começou no final de abril, em oposição a candidatura do atual presidente Nkurunziza a um terceiro mandato.
A Constituição limita a presidência a dois mandatos, mas os partidários de Nkurunziza dizem que ele pode correr novamente porque seu primeiro mandato foi escolhido pelos legisladores e não por eleições.
Apesar das manifestações contra seu terceiro mandato, o Tribunal Constitucional do Burundi aprovou a candidatura do Presidente Pierre Nkurunziza.
Nkurunziza apelou a todos os refugiados a "voltar para casa", prometendo protegê-los contra todas as ameaças.
Mais de 100.000 pessoas fugiram para países vizinhos desde a violência política, que culminou na tentativa de golpe frustrado na semana passada e entrou começou em abril, segundo a ONU.
A cólera já causou a morte de trinta e um refugiados burundeses na Tanzânia, que registra 3.000 casos da epidemia em seus campos de refugiados, relatou a agência de refugiados da ONU na semana passada.
Segundo a Al Jazeera, existem 50 mil refugiados perdidos na costa do Lago Tanganyika, onde a cólera se espalhou.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), disse que dezenas de milhares de refugiados haviam sido deslocadas do Burundi por causa da guerra civil, e o surto de doenças tornou-se um "uma nova e preocupante complicação" na Tanzânia.
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