Presidente Erdogan: "O Egito está voltando ao antigo Egito"

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan criticou a decisão do tribunal egípcio, que pediram a pena de morte para o ex-presidente egípcio Mohammad Morsi e outros, por acusações de auxiliarem na fuga de prisioneiros de uma prisão egípcia, durante a revolução de 2011.

Falando em Istambul, Erdogan criticou duramente a decisão, que enviou Morsi e 105 réus ao Grande Mufti, a autoridade religiosa do Egito, a considerar a pena de morte contra eles.

"O Egito deu uma sentença de morte para um presidente eleito com 52 por cento dos votos, infelizmente", disse Erdogan. "O Egito está voltando ao antigo Egito."

Morsi, o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito, foi deposto pelos militares em julho de 2013 - depois de apenas um ano no cargo - na sequência de protestos em massa contra seu governo.

Ele é o primeiro presidente a ser encaminhado para o Mufti na história do Egito.

O parecer do Mufti não é obrigatório, mas a lei egípcia torna necessário que os juízes busquem um ponto de vista religioso em qualquer sentença de morte.

"O Ocidente, infelizmente, ainda não revela a sua posição contra o líder do golpe Sisi", disse Erdogan. "Enquanto os países ocidentais continuarem elevando a pena de morte, eles estão assistindo as sentenças de morte no Egito, em silêncio. ”

Desde a queda de Morsi, as forças de segurança egípcias lançaram uma repressão implacável aos dissidentes, que tem como alvo tanto os islamistas e secularistas, deixando centenas de mortos e milhares atrás das grades.