Organização Mundial de Saúde: Começa o ensaio da vacina para o COVID-19

O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o ensaio só começou "60 dias depois da China ter partilhado a sequência genética do vírus".

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Organização Mundial de Saúde: Começa o ensaio da vacina para o COVID-19

ANCARA, Turquia

Já começou o primeiro teste da vacina contra o coronavírus (COVID-19), disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, na quarta-feira.

O chefe da OMS, disse que o ensaio só começou "60 dias depois da China ter partilhado a sequência genética do vírus". Não foi no entanto dito onde os testes estão a ser realizados.

Embora este ensaio clínico seja um marco na luta contra o vírus, as autoridades de saúde dizem que levará pelo menos 12 a 18 meses, para que uma vacina esteja disponível para uso público.

Na conferência de imprensa virtual realizada na sede da OMS em Genebra, Tedros disse que mais de 200 000 casos do vírus foram confirmados e que há mais de 8 000 mortes em todo o mundo.

Tedros elogiou os investigadores de todo o mundo que, segundo ele, estão a atuar juntos "para avaliar sistematicamente a terapia experimental".

"Vários pequenos ensaios com diferentes metodologias podem não nos dar a evidência clara e sólida de que precisamos sobre quais tratamentos ajudam a salvar vidas" – afirmou o líder da OMS.

Por esse motivo, a OMS e os seus parceiros organizaram um estudo em países onde alguns dos tratamentos ainda não testados, foram comparados entre si.

Os países que confirmaram a sua adesão ao "julgamento de solidariedade" incluem a Argentina, o Bahrein, o Canadá, a França, o Irão, a Noruega, a África do Sul, Espanha, Suíça e Tailândia.

"Sabemos que muitos países enfrentam agora crescentes epidemias e estão sobrecarregados" - acrescentou Tedros – que disse no entanto haver razões para ter esperança.

Tedros indicou que os países podem fazer muitas coisas, como criarem medidas físicas de distanciamento, cancelar eventos desportivos, espetáculos e outras grandes reuniões, medidas que podem ajudar a atrasar a transmissão do vírus.

Estas medidas, segundo o Tedros, podem reduzir a carga sobre o sistema de saúde e ajudar a tornar as epidemias geríveis, permitindo tomar medidas específicas e focadas.

"Mas para suprimir e controlar as epidemias, os países devem isolar, testar, tratar e rastrear" - afirmar Tedros, que acrescentou "caso contrário, as cadeias de transmissão podem continuar num nível baixo e ressurgir assim que as medidas de distância física forem levantadas."

O líder da OMS indicou que a organização continua a recomendar que isolar, testar e tratar todos os casos suspeitos e rastrear todos os contatos, seja a espinha dorsal da resposta em cada país.

"Esta é a melhor esperança de impedir a transmissão generalizada na comunidade" - afirmou Tedros.

AA



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