Conquista da vacina canadense na luta contra o Ebola
Dos 2000 vacinados na Guiné, ninguém desenvolveu a doença
Uma vacina do Canadá tornou-se a primeira defesa eficaz contra a doença mortal Ebola, informou a mídia canadense na sexta-feira.
Em testes na Guiné, um país Africano afetado com a doença, cerca de 2.000 pessoas expostas ao Ebola foram vacinadas e nenhuma desenvolveu a doença até 10 dias após a vacinação. A doença propaga-se por contato com uma pessoa infectada. As descobertas foram publicadas esta sexta-feira na revista médica The Lancet.
"Não há ninguém dentre as 2.000 pessoas que foram vacinadas que foram diagnosticadas com Ebola no período de até 10 dias após a vacinação", disse o Dr. Marie-Paule Kieny, autor e líder do estudo para o desenvolvimento de vacinas e drogas para o Ebola na Organização Mundial da Saúde, à Canadian Press (CP).
Até agora, cerca de 28.000 pessoas foram infectadas na Guiné, Serra Leoa e Libéria no que é considerado o pior surto de Ebola na história. A Organização Mundial de Saúde afirma que mais de 11 mil pessoas morreram.
A vacina canadense é a primeira vacina experimental para prevenção do Ebola.
O ex-diretor do Canadá Winnipeg, Manitoba, do Laboratório Nacional de Microbiologia (MNL), onde a vacina foi criada, ficou muito feliz com os resultados atingidos na Guiné.
"Eu acho isso fantástico", disse o Dr. Frank Plummer á CP. "Para o NML e toda a equipe envolvida, é o culminar de 15 anos de trabalho. É muito, muito emocionante. Muito, muito gratificante."
A vacina VSV-ZEBOV funciona 100% quando administrada nas vítimas infectadas até 10 dias após serem expostas ao Ebola. De 3.500 que receberam a vacina após os 10 dias, 16 contraíram a doença.
"Isso sugere que funciona, funciona muito rapidamente e funciona bem", disse Kieny à Canadian Broadcasting Corporation.
Provas mais contundentes são necessárias e os testes continuarão, disse á OMS.
"Mas este é um primeiro raio de esperança: uma vacina eficaz pode ser a virada do jogo para, finalmente, pôr fim ao surto, que ainda não está sob controle na África Ocidental", disse o Dr. Joanne Liu dos Médicos Sem Fronteiras no Facebook.
Dr. Andrew Simor, chefe de microbiologia e doenças infecciosas do Hospital Sunnybrook em Toronto, estava em Serra Leoa, em janeiro treinando equipes de combate á doença e disse à CBC que a vacina pode verdadeiramente mudar o jogo.
"Se esta vacina estivesse disponível há um ano atrás, eu creio que poderia literalmente ter salvo milhares de vidas", disse Simor.
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