Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia critica posição da UE sobre o terrorismo do PKK

A maioria dos países europeus, infelizmente, dá um forte apoio ao PKK hoje, diz Mevlut Cavusoglu.

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Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia critica posição da UE sobre o terrorismo do PKK

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, criticou a posição da UE sobre a luta da Turquia contra o grupo terrorista PKK.

"A maioria dos países europeus, infelizmente, dá um forte apoio ao PKK hoje, e não aceitamos que eles [UE] nos ensinem o Estado de Direito ou a democracia novamente", afirmou Cavusoglu.

O discurso do ministro veio após a reação dos países europeus à detenção de co-presidentes e de vários deputados do Partido Democrático Popular (HDP) da oposição, na sexta-feira, por não responderem a convocações judiciais ligadas a uma investigação contra o terrorismo.

Cavusoglu disse que os estados da UE só criticaram a Turquia, nunca descrevendo o PKK como uma organização terrorista ou exortando o grupo a deitar as armas.

"Da mesma forma, eu não vi nenhum país [europeu] ou oficial que aconselhe o HDP a colocar alguma distância entre o terrorismo e si", disse ele, acrescentando que espera que a UE tome lições e reconheça o governo turco, as leis turcas, os seus tribunais e instituições.

As detenções de sexta-feira vieram depois que os promotores do leste e do sudeste da Turquia ordenaram a prisão dos co-líderes do HDP, Figen Yuksekdag e Selahattin Demirtas, juntamente com outros 13 deputados do HDP.

No entanto, a Europa criticou as detenções, advertindo a Turquia para respeitar as normas democráticas.

"Estes desenvolvimentos aumentam as preocupações que exprimimos depois que a imunidade de mais de 130 deputados democraticamente eleitos foi suspensa em maio deste ano. Eles comprometem a democracia parlamentar na Turquia e exacerbam a situação já muito tensa no sudeste do país, para a qual só pode haver uma solução política", disse a UE.

Os legisladores do HDP enfrentam acusações sob leis anti-terrorismo depois que suas imunidades foram suspensas no início deste ano.

Após a reação da UE, Cavusoglu falou com a chefe da política externa da UE, Federica Mogherini, e com o secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjorn Jagland, sobre as detenções por telefone.

De acordo com uma fonte diplomática, Cavusoglu deu informações detalhadas sobre o processo de citação e disse que todas as medidas tinham sido tomadas em consonância com a lei do país.

O ministro dos Assuntos Europeus, Omer Celik, também falou por telefone com Mogherini, que lhe disse que a Turquia esperava que o bloco não se tornasse um instrumento para a propaganda do grupo terrorista PKK, disse o ministério Celik em uma declaração escrita na sexta-feira.

Entre as acusações feitas aos legisladores do HDP estão acusações de difusão de propaganda terrorista em relação aos comentários feitos em outubro de 2014, depois que militantes do DAESH entraram na cidade fronteiriça síria de Kobani, também conhecida como Ayn Al-Arab.

O governo também acusou o HDP de ter ligações com o PKK, que está listado como uma organização terrorista pela Turquia, a UE e os EUA.



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