Lendas da Anatólia

A origem do nome da cidade de Kutahya

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Lendas da Anatólia

Nessa semana no Programa Lendas da Anatólia vamos falar sobre a história que originou o nome da cidade de Kutahya, localizada no caminho entre Ancara e Izmir, após a cidade de Eskisehir. É uma cidade com mais de 7 mil anos de história e famosa pela fabricação de cerâmica.

Ao olharmos fundo para a história, antes da cidade de Kutahya ser estabelecida, naquela região havia um mercado com um bazar sendo realizado em dias específicos da semana. As pessoas das vilas próximas vinham até o mercado para adquirir aquilo que precisavam em troca de seus produtos.

Nos tempos antigos, os vasos não eram produzidos com diferentes materiais e formas como são nos dias atuais. O oleiro pegava o barro e o transformava em vasos que  ornamentava de maneiras diferentes e trazia para o bazar a fim de trocar por aquilo que estivesse precisando. Naqueles tempos o dinheiro ainda não tinha sido inventado e o comércio era realizado através das trocas.

Um dia chega ao bazar uma oleira. Seus vasos eram bonitos, diferentes e logo atraíram a atenção dos clientes. Por causa dela, os outros oleiros já não vendiam mais seus vasos. No entanto, eles diziam “ela está vendendo muito porque chegou agora, na próxima semana tudo vai se normalizar”. No entanto, nas semanas seguintes os vasos feitos pela mulher continuavam a ser vendidos como água.

Os oleiros ficam surpreendidos com isso e já não conseguem mais trazer comida para suas casas, pois não estão vendendo nada. Assim, eles se reúnem e começam a discutir sobre a profissão. Por fim, eles chegam á conclusão que o barro usado pela mulher é de melhor qualidade que o utilizado por eles. Eles então começam a seguir a mulher em segredo para saber de onde vinha o barro usado por ela e usar também.

Então eles descobrem que o barro usado pela oleira vinha do local que é hoje a cidade de Kutahya. Com isso, eles estabelecem ali suas oficinas e começam a criar novas cerâmicas com novas técnicas e formas. Com o tempo a região se desenvolve e se torna uma cidade com o nome de “Seramorum”, por causa da produção da cerâmica.

A cidade passa pelo domínio dos frígios no século 11 a.C. e recebe o nome de Kotiyum que possui o mesmo significado. Com o domínio dos Selcuks, a cidade passa a ser chamada de Kutahya. No tempo do Império Otomano, as cerâmicas produzidas ali eram enviadas para todo o império. Um dos símbolos de Istambul, a Mesquita de Sultanahmet, é também conhecida como a Mesquita Azul por sua decoração interna que foi feita com a cerâmica de Kutahya. O contraste entre o azul e o branco do interior da mesquita, encanta os olhos dos visitantes.

Nos dias atuais Kutahya continua sendo famosa por suas oficinas de oleiro e maior qualidade de cerâmica de toda a Turquia.

Na semana que vem nos encontramos novamente com mais um programa Lendas da Anatólia.

Esse programa foi escrito por Mücahit TÜRKÖNE.



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