O problema global é o terrorismo

Os atentados simultâneos ocorridos no dia 10 de dezembro em Istambul, fizeram 44 mártires turcos e centenas de feridos vítimas do terrorismo.

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O problema global é o terrorismo

Há uns dias atrás, a organização terrorista PKK realizou dois atentados simultâneos à bomba em Istambul, uma das maiores e mais movimentadas cidades da Europa. A massa de pessoas atacadas era composta exclusivamente por civis, que os terroristas do PKK tomaram como alvo e contra eles fizeram um ataque à bomba. As pessoas foram tornadas em alvos quando saíam do estádio onde tinham assistido a um jogo de futebol para se divertir e apoiar a sua equipa. Quando este artigo foi escrito, o balanço das vítimas era de 44 mortos e centenas de feridos pelo terrorismo.

A cidade que o terror escolheu como alvo foi Istambul, que foi o berço da civilização ocidental.

Istambul é uma cidade muito importante da Europa, não apenas por causa do seu tecido histórico mas também devido à sua rica cultura e à vida sem pausas durante 24 horas por dia. É também a cidade de transporte aéreo mais importante de quase todos os países, a cidade das conferências internacionais, das atividades de arte moderna e onde os músicos mais famosos do mundo mais tentam dar os seus concertos.

As pessoas que a organização terrorista PKK tomou como alvos, foram as pessoas de uma cidade muito importante para a cultura e para a civilização da Europa.

A massa de pessoas que foi tomada como alvo, eram as equipas turcas de futebol que jogam nas ligas da Europa e em todos os jogos internacionais de futebol da Europa.

Fazendo um resumo do que se passou, o atentado à bomba do PKK que fez cair mártires 44 pessoas e feriu centenas de outras, aconteceu numa cidade europeia e contra as pessoas que vivem nessa cidade.

E então? Como reagiram a este atentado os estados europeus, A UE, o Parlamento Europeu, a Comissão Europeia e as instituições de Direitos Humanos da Europa? Todos eles condenaram a violência e disseram que estão ao lado da Turquia. Enviaram mensagens de bondade para com o povo turco.

É muito interessante, que exceto num jornal em França e em Espanha, nenhuma empresa de televisão europeia, nenhum responsável de estado ou membro do governo ou de qualquer instituição da UE, tenham dito ou podido dizer que este cruel atentado do PKK se tratou de uma “atividade terrorista”.

Dizendo que “se opõem à violência”, na realidade definiram a Turquia como “uma parte do combate e da violência” que luta sem parar contra organizações terroristas como o DAESH, a Al Qaeda, a Frente Al Nusra e o PKK.

Não me lembro de haver na história da Europa, um ato brutal como este, o assassinato de pessoas comuns de forma cruel e de haver um comportamento comum que afirma o terror.

Não teria sido assim tão violenta nem a equipa do espanhol Hernán Cortés, que ocupou o México. Para os amantes dessa situação, os massacres feitos por Cortés enquanto ocupou o México, ficaram para a história da Europa como sendo vergonhosos. E não foi apenas a sua violência, mas também a violência cometida pelo seu primo Francisco Pizarro nos territórios que hoje correspondem ao Peru, que é também classificada como sendo vergonhosa. Isto porque, segundo os valores atuais da Europa, os atos de Cortés e de Pizarro foram cometidos contra a população civil e são escandalosos do ponto de vista dos valores humanos.

Os nossos amigos e aliados europeus, que consideram como “vergonhosos” os atentados contra os civis destes dois primos – à luz dos valores atuais da Europa – porque é que não consideram vergonhosos os atos dos terroristas do PKK que matam milhares de cidadãos civis turcos? Por que é que consideram isto como um ato normal de violência? Não quero nem dizer nem escrever, mas a mim ocorre-me esta pergunta e a milhões de turcos também: Hoje a totalidade da população do México e do Peru é cristã. E os políticos europeus, para que não haja distâncias entre si e os seus correligionários, consideram como “vergonhosos” os pecados do passado? Então porque não consideram como sendo “terror” os atentados e os massacres feitos pela organização terrorista PKK contra as pessoas turcas, muçulmanas e europeias? Será que o motivo por detrás disto é religioso? E se assim for, não estará a Europa a ser violada por parte dos seus próprios políticos?

Eu preocupo-me muito, que Deus nos proteja, se um atentado parecido tivesse acontecido no estádio olímpico de Munique ou no estádio de Amesterdão na Holanda. Nessa situação, como reagiriam os políticos europeus?

O presidente da República da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, deu esta resposta que ficou para a história como um idioma muito solene contra estes postulados dualistas dos líderes políticos e das elites políticas da Europa:

“Nós não confiamos nem acreditamos nos postulados hipócritas dos europeus. A organização terrorista PKK recebe todo o tipo de apoio financeiro e logístico das capitais da Europa. Vamos curar a nossa ferida com os nossos amigos, que partilham o mesmo destino que nós”.

Face a esta reação de Erdogan, os políticos europeus não corrigiram os seus postulados. Perante isto, as pessoas da Europa iniciaram uma séria atividade de protesto nas redes sociais. O Parlamento Europeu em particular, criticou os seus próprios políticos por estas políticas hipócritas contra o terrorismo. Face a tudo isto, depois de horas, alguns líderes políticos europeus apagaram das suas contas nas redes sociais as declarações que continham palavras de violência, e substituíram-nas por frases que usam claramente a expressão ato terrorista. As pessoas da Europa, as ruas da Europa, vêm a cara feia do terrorismo. Sabem que se transformou numa questão internacional. Porque os leitores europeus também enfrentam a cara sem misericórdia do terrorismo no metro de Bruxelas, em Paris, Londres ou Berlim. O terror mata com bombas nas carruagens em movimento, nas ruas por onde se passeiam as pessoas e nos cafés onde se come.

Quando é que os políticos e os líderes europeus se darão conta de que o terrorismo é um problema global, algo que as pessoas da Europa já perceberam?



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