CSNU aprovou resolução que apela ao fim imediato dos ataques dos Hutis no Mar Vermelho
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) aprovou uma resolução que apela ao fim imediato dos ataques dos Hutis no Mar Vermelho, no Iémen.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) aprovou uma resolução que apela ao fim imediato dos ataques dos Hutis no Mar Vermelho, no Iémen.
O projeto de resolução apresentado pelos Estados Unidos e pelo Japão no CSNU foi submetido a votação.
O projeto de resolução foi aprovado pelos 15 membros do CSNU com 11 votos a favor e 4 abstenções.
As 3 alterações pedidas pela Rússia, que se absteve, foram vetadas.
A Rússia tinha pedido que a situação em Gaza fosse acrescentada ao projeto de resolução, cuja redação pretendia alterar. Moscovo tinha invocado a relação direta entre a situação no Mar Vermelho e os ataques de Israel a Gaza.
A resolução condenou veementemente os 24 ataques a navios mercantes no Mar Vermelho desde 19 de junho e exige que os Hutis ponham imediatamente termo a estas ações.
"Os direitos e a liberdade de navegação dos navios comerciais devem ser respeitados de acordo com o direito internacional".
A resolução sublinha que os estados-membros têm o direito de proteger os seus navios de ataques, em conformidade com o direito internacional, e afirma que as causas profundas dos conflitos que conduzem a tensões regionais devem ser abordadas.
Por outro lado, os Hutis do Iémen, apoiados pelo Irão, argumentaram que a adoção do projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU, exigindo o fim imediato dos seus ataques no Mar Vermelho, era um "jogo político".
Mohammad Ali al-Huti, membro do Conselho Político Supremo dos Hutis, afirmou numa declaração na plataforma social X que os EUA são a parte que viola o direito internacional.
"Apelamos ao Conselho de Segurança da ONU para que liberte imediatamente mais de dois milhões de pessoas do bloqueio israelo-americano, que se transformou numa arma mortal que transformou Gaza na maior prisão de punição colectiva".
Al-Huti apelou também à cessação imediata da agressão israelita na Faixa de Gaza, salientando que esta mina os direitos, a liberdade, a paz e a segurança regionais.
Na sequência das recentes ações dos Hutis no Iémen contra navios comerciais em resposta aos ataques de Israel a Gaza, muitas companhias de navegação decidiram suspender as suas viagens pelo Mar Vermelho.
Em 6 de dezembro, o Pentágono anunciou que estava a negociar a criação de uma "Task Force Marítima" internacional contra os ataques das forças Hutis no Iémen contra navios comerciais no Mar Vermelho e, em 18 de dezembro, o Pentágono anunciou a criação de uma missão multinacional denominada " Operação Guardiã do Bem-Estar".
Enquanto os ataques dos Hutis puseram em risco a passagem pelo Canal do Suez, que liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, oferecendo a rota mais curta entre a Europa e a Ásia e por onde passa cerca de 12% do comércio mundial, os ataques a navios comerciais no Mar Vermelho e as decisões das companhias de suspender as viagens, uma após a outra, suscitaram preocupações de que uma nova "crise da cadeia de abastecimento" teria início na economia mundial.